Cidade do Vaticano – O papa Francisco condenou hoje (29) o “lobby gay”
no Vaticano, mas disse que os homossexuais não devem ser julgados ou
marginalizados. Afirmou, ainda, que deseja aprofundar o papel das
mulheres na Igreja, mas rejeitou completamente a ordenação feminina.
“O problema não é ter essa orientação [homossexual]. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas invejosas, lobbies políticos, lobbies maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema”, disse.
O papa fez essas declarações aos jornalistas no avião que o levava
do Rio de Janeiro – onde esteve durante uma semana e participou da
Jornada Mundial da Juventude, a Roma.
“Vocês veem muito escrito sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade a dizer que é gay”, declarou.
“Se uma pessoa é homossexual e procura Deus e a boa vontade divina,
quem sou eu para julgá-la?”, disse, referindo-se ao catecismo da Igreja
Católica, que “diz que os homossexuais não devem ser marginalizados por
causa de o serem, mas que devem ser integrados à sociedade”.
Referindo-se ao papel das mulheres, Francisco afirmou que não é
possível “imaginar uma Igreja sem mulheres ativas”, mas afirmou que a
instituição disse “não à ordenação de mulheres”.“Esta porta foi fechada”
por João Paulo II, disse a respeito desse pedido (da ordenação).
O pontífice declarou que “a Igreja é feminina, mãe, e a mulher não é
somente a maternidade, a mãe de família” e afirmou desejar “uma
teologia aprofundada da mulher” que ainda não foi realizada.
Interrogado sobre a questão dos divórcios, o papa desejou que “a
reflexão no quadro da pastoral do casamento” continue, indicando que há
oito cardeais nomeados para este fim.“É sempre um tema. Hoje, chegou o
tempo da misericórdia. Uma mudança de tempo”, afirmou. Segundo o papa,
os divórcios podem acontecer, o problema reside “nos segundos
casamentos”.
Sobre o casamento homossexual e o aborto, o papa disse que a posição da Igreja já é conhecida.
O pontífice também disse que o Banco do Vaticano, envolvido numa
série de escândalos, deve ser “honesto e transparente” e que vai ouvir
as recomendações de uma comissão que criou para definir se o banco deve
ser reformado ou mesmo fechado. Lusa
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