O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que o
partido só decidirá em 2014 qual rumo irá tomar na sucessão
presidencial, mas adiantou que a sigla sempre se colocará "à esquerda"
do atual governo, embora a tendência natural de hoje seja de permanecer
ao lado da presidente Dilma Rousseff. Neste campo, Lupi admitiu que a
sigla pode eventualmente apoiar o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), mas rechaçou a ideia de fazer aliança com o PSDB. "Meu
problema não é com o Aécio (Neves), é com o PSDB", disse.
Para
Lupi, o partido de Aécio representa atualmente as ideias da direita, o
que seria incompatível com as bandeiras do PDT. "É como gostar do padre e
não conseguir entrar na igreja", comparou o ex-ministro do Trabalho.
Lupi disse que mantém uma amizade de 20 anos com o senador tucano, fez
elogios à capacidade de gestor de Aécio, mas deixou claro que não cogita
nenhuma aproximação com o PSDB. Lupi também descartou qualquer aliança
com o PPS, se o candidato da legenda for o ex-governador de São Paulo
José Serra. "Serra está à direita, da direita, da direita."
O dirigente do PDT disse ser aliado de longa data do PSB em
Pernambuco e que mantém contato permanente com Campos. "É o nosso
campo", definiu. Já com Dilma, Lupi destacou que mantém conversas
permanentes. "Mas quem a gente ama, necessariamente não casa", declarou.
De acordo com Lupi, a prioridade do PDT é ter candidato próprio e o
mais cotado seria o senador Cristovam Buarque (DF)
"Hoje estamos no governo, mas só o tempo vai dizer (se manterão a
aliança em 2014)", ressaltou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. Para o
atual titular da pasta que foi ocupada por Lupi, ainda é cedo para
dizer que o modelo petista de administração está saturado. "Quem vai
dizer é o povo", desconversou.
Quanto à possível candidatura da ex-senadora Marina Silva, Lupi
revelou que não mantém contato com os "marineiros", mas se mostrou
solidário às dificuldades que Marina enfrenta junto à Justiça Eleitoral
para viabilizar a Rede Sustentabilidade. O cacique do PDT disse que há
pouco rigor com alguns, principalmente as siglas criadas por escritórios
de advocacia e sem bandeira política, e muito rigor com outros.
Neste fim de semana, o partido promove em Brasília seu quinto
congresso onde a pauta, segundo Lupi, não será 2014, mas sim as demandas
sociais e a busca da "sintonia com as ruas'. O dirigente disse que a
população deu o seu recado nas manifestações de junho, reconheceu que a
mobilização se arrefeceu e criticou as siglas que tentam se apropriar de
um movimento que começou de forma espontânea. "Tem gente que usa até o
Papa na televisão", alfinetou Lupi, numa referência ao programa
partidário do PMDB exibido nesta quinta, 22. AE
- Blogger Comment
- Facebook Comment
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
0 comentários:
Postar um comentário