A união de interesses de investidores e de empreendedores para
viabilizar ideias inovadoras é uma boa alternativa para incentivar o
nascimento e o fortalecimento de empresas no Brasil. A proposta foi
apresentada nesta quarta-feira, 28, durante o Tá na Mesa, na Federasul,
pelo presidente da Anjos do Brasil, Cássio Spina, instituição sem fins
lucrativos, fundada no Brasil há dois anos e que busca fomentar o
investimento-anjo de apoio ao empreendedorismo brasileiro.
Se, de um lado, existem grandes ideias sem o necessário recurso
financeiro para viabilizá-las, de outro há empresários interessados em
alavancar novos negócios em investimentos de alto risco e que sugerem um
retorno de 40 a 50% do capital investido. Claro que nem sempre a ideia
dá certo, explica Spina, que garante que muitas vezes o retorno em um
investimento acaba compensando outros que fracassaram. Ele revela que,
para se tornar um investidor-anjo é necessário declarar algum patrimônio
e ter experiência profissional. Já o empreendedor tem que fundamentar
sua ideia para apresentar ao futuro investidor. Não basta apenas
querer, tem que mostrar o projeto de forma clara. Para unir os dois
lados, usamos nossa plataforma www.anjosdobrasil.net na internet, afirma.
A proposta nasceu nos Estados Unidos em 1920, onde o chamado dinheiro
inteligente ou smart-money, foi empregado na Broadway para viabilizar as
produções de filmes dos pequenos produtores e artistas. Somente em
2012, nos Estados Unidos, foram registrados 260 mil anjos, que
investiram cerca de 20 bilhões de dólares e promoveram a geração de 66
mil empregos. No Brasil há atualmente 10 núcleos da Anjos e já
contabilizam 80 investimentos efetivados. Números que se somam aos 6,3
mil investidores-anjo, que em 2012 aportaram no mercado brasileiro R$495
milhões em recursos. Estes são dados de um levantamento que fizemos e
que contam não só investidores da nossa rede, mas pessoas que já atuam
como anjos passivos, ou seja, recebem propostas e resolvem ajudar a
desenvolver os projetos, explicou. Já no Rio Grande do Sul o sistema
ainda atua de forma tímida, mas com enorme potencial de crescimento em
função da cultura empreendedora. Ainda assim temos grandes exemplos de
investimentos que deram certo, como a Gateway, finalizou. (Federasul). Foto: Ivan Andrade
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