São Paulo – O julgamento do Massacre do Carandiru, que ocorre no
Tribunal Criminal da Barra Funda, teve a apresentação da acusação
encerrada às 13h30 para intervalo de uma hora de almoço. Durante a sua
apresentação, a promotoria decidiu que morreram 52, em vez de 73 presos,
no segundo andar do Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção. O promotor
Fernando Pereira Filho disse que os 25 réus que atuaram nesse andar não
foram responsáveis por essas mortes.
A acusação falou durante três horas e apresentou diversas teses para
comprovar que não teria ocorrido confronto entre presos e policiais. Os
promotores disseram que a versão dos réus é mentirosa. Foi apresentado
um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
apontando que morreram 96% dos presos atingidos por disparos de armas de
fogo durante a ação policial.
A promotoria reafirmou que ação coletiva pode ser constatada pelo
laudo que aponta que 71,6% dos tiros partiram de trajetórias distintas.
Isso significa que um único preso recebeu tiros de vários policiais.
“Foi ação coletiva, o grupo agiu em conjunto, um segurou o escudo, outro
liderou ação. E todos [os policias acusados] admitiram ter atirado”,
disse.
O julgamento trata de ação policial destinada a reprimir rebelião em
1992, que resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. O caso ficou
conhecido como o maior massacre de presídios brasileiros. ABr
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