O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta
segunda-feira, 5, que caso seja confirmada a formação de cartel em
licitações de obras do metrô e da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM), o governo de São Paulo pode ser considerado uma
vítima do esquema. "São Paulo já está fazendo investigações. Se for
confirmado algum cartel, o estado é vítima e entrará imediatamente com
ação de indenização e ressarcimento de possíveis prejuízos", disse o
governador.
Segundo o governador, o estado entrou na Justiça para ter acesso ao
conteúdo completo das investigações realizadas pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - órgão ligado ao Ministério
da Justiça. De acordo com o tucano, é "estranho" e "lamentável" o fato
de o órgão decretar sigilo nas informações. "O estado é parceiro do
governo federal e o maior interessado na investigação. Não haveria
nenhuma razão para São Paulo não ter acesso às informações da
investigação. O Cade diz que pode ter sigilo. Um sigilo estranho. As
informações todas estão na imprensa", argumentou.
Indagado sobre
as denúncias de que haveria participação de agentes públicos na formação
dos cartéis, Alckmin garantiu que se for confirmado, o agente será
"rigorosamente responsabilizado". "Temos confiança de que a Justiça dará
acesso ao conjunto da investigação para que (o estado) possa atuar no
sentido de punir as empresas caso se confirme o cartel", acrescentou.
A
denúncia de cartel partiu da multinacional alemã Siemens, que afirma
ter apresentado às autoridades brasileiras documentos que comprovariam a
formação de cartel para licitações de obras do metrô em São Paulo.
As
declarações de Alckmin foram feitas durante cerimônia de inauguração da
nova sede do centro Paula Souza, na região central da capital paulista.
No local também funcionará a escola técnica estadual (Etec) Santa
Ifigênia. O governo investiu R$ 85 milhões na obra. Estavam presentes,
além de Alckmin, os ex-governadores tucanos José Serra e Alberto
Goldman. AE
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