A apenas três meses da 9ª Conferência Ministerial da OMC, que ocorrerá
em Bali, na Indonésia, o novo diretor-geral da Organização Mundial do
Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, se mantém otimista em relação às
negociações entre os países-membros da entidade. Azevêdo assumiu ontem
(1º) o comando da OMC como o primeiro brasileiro a ocupar o cargo e o sexto diretor-geral do organismo internacional.
O discurso oficial de Azevêdo, que substituiu o francês Pascal Lamy,
só ocorrerá no próximo dia 9, mas o brasileiro já sinalizou que a
Rodada Doha é o principal desafio de seu mandato de quatro anos. A
conferência na Indonésia é considerada uma etapa importante para as
negociações em busca de acordos que favoreçam a liberalização econômica.
Apesar do otimismo, há poucos meses, Azevêdo admitiu um avanço
tímido nas negociações e que talvez os resultados de Bali sejam os
“possíveis”. O tema dos subsídios agrícolas da União Europeia é um dos
pontos mais polêmicos e resistentes. Mas o brasileiro acredita que,
mesmo flexibilizando, politicamente é impossível tratar de outras áreas e
excluir a agricultura da mesa de negociação.
Em um comunicado publicado no site da OMC, Azevêdo lembrou que as
tensões econômicas que marcaram os últimos anos dificultaram as
negociações. A Rodada Doha, lançada em 2001, tem sido um impasse desde o
início da crise frustrando tentativas de acordo e levando alguns
governos a explorar outras vias de abertura comercial e novas regras.
“Os membros da OMC têm identificado algumas áreas importantes da
Rodada Doha onde o acordo está ao nosso alcance. Esta é apenas uma
pequena parte do pacote global de Doha, mas acordo sobre essas questões
será uma oportunidade para ajudar a desbloquear outras áreas das
negociações. Também vai fornecer aos negociadores a tão necessária
confiança que ainda podemos alcançar resultados negociados
multilateralmente se houver vontade política”, destacou.
Azevêdo disse que a conferência em Bali é uma prioridade imediata,
mas lembrou que a OMC tem outras questões importantes para buscar, como a
solução de controvérsias, adesões, o desenvolvimento e o monitoramento e
revisão de políticas comerciais. Segundo ele, independentemente do
resultado, em Bali, a OMC e seus membros terão de enfrentar a inevitável
pergunta: "Qual será a próxima?". “Mas o que é evidente para todos é
que as opções disponíveis sejam consideravelmente mais ricas e
diversificadas, no caso de as negociações em Bali serem bem-sucedidas”,
afirmou na nota. ABr
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