Um total de 63 pessoas já foram
afastadas da Procempa (Companhia de Processamento de Dados do Município
de Porto Alegre), desde junho deste ano, por suspeitas de envolvimento
em irregularidades na gestão da empresa. A informação foi dada nesta
sexta-feira (13/9) à tarde pelo presidente da Procempa, Maurício Gomes
da Cunha, na sede da empresa. Na oportunidade, Cunha recebeu sete
vereadores integrantes da CPI que investiga a Procempa na Câmara
Municipal de Porto Alegre: as vereadoras Fernanda Melchionna (PSOL),
Lourdes Sprenger (PMDB) e Mônica Leal (PP) e os vereadores Mauro
Pinheiro (PT), Nereu D"Avila (PDT), Reginaldo Pujol (DEM) e Airto
Ferronato (PSB).
Além
dessas 63 pessoas, que incluem funcionários efetivos, cargos em
comissão, estagiários e terceirizados, outros quatro envolvidos em
denúncias de irregularidades foram investigados em Processo
Administrativo Disciplinar (PAD) e deverão ser afastadas nos próximos
dias, quando serão notificadas oficialmente. Cunha garantiu que estará
presente à reunião da CPI da Procempa na próxima quarta-feira (18/9), às
11 horas. Ele foi convidado pelo vereador Mauro Pinheiro, presidente da
CPI, a prestar depoimento sobre as investigações.
Ao
chegarem à sede da empresa, os vereadores manifestaram solidariedade aos
servidores da Procempa que realizavam uma assembleia na área interna do
prédio. Durante a visita, os sete vereadores puderam conhecer diversas
instalações da companhia, tais como o parque gráfico, a área conhecida
como "sala-cofre" e o Centro Integrado de Comando da Cidade (Ceic). O
restaurante e a sede da Associação dos Funcionários da Procempa, também
citados nas investigações, estavam fechados.
Maurício
Gomes da Cunha considera encerrada a fase de investigação interna na
Procempa, com sindicâncias concluídas e contratos revistos, e afirmou
que agora pretende se dedicar a gerir a empresa. "Queremos voltar a
investir no quadro funcional da Procempa, que é muito qualificado."
Segundo ele, em fevereiro, após a substituição de alguns detentores de
cargos estratégicos na Procempa, foram identificadas algumas situações
suspeitas. "Em junho, recebi do prefeito José Fortunati a missão de
intervir na Procempa. A inspeção especial deu início a três
sindicâncias." Cunha entende que a CPI poderá ser mais um elemento para
ajudar no esclarecimento do assunto e prometeu colaborar com os
trabalhos da Comissão. "Quero mostrar aos vereadores, na quarta-feira,
os avanços que obtivemos nas investigações e também na nova gestão da
companhia."
Mauro
Pinheiro explicou que a CPI visa a tentar montar o "quebra-cabeças" que
permita descobrir como ocorreu o desvio de dinheiro público em atos
irregulares na gestão da Procempa no período entre 2005 e 2013. Pinheiro
calcula que o valor desviado possa ultrapassar a cifra de R$ 50
milhões. "É preciso buscar responsáveis. Queremos ajudar a melhorar as
condições da Procempa para que ela possa voltar a investir em alta
tecnologia."
O
presidente da CPI explicou que já procurou os órgãos públicos envolvidos
nas investigações e apelou para que todos trabalhem em conjunto, a fim
de esclarecer os fatos. "Queremos ter acesso a documentos de outras
investigações em sigilo. Esta CPI não acabará em "pizza", de forma
nenhuma. Acompanho o caso desde 2010, quando fizemos as primeiras
denúncias. Queremos recuperar a Procempa, e sou contrário a qualquer
proposta de privatização da empresa.", segundo informações da Câmara Municipal de Porto Alegre.
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