Dilma ressalta participação privada em plano de infraestrutura

Em discurso durante seminário empresarial na 68ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff destacou hoje (25) a importância do setor privado para as concessões que têm sido feitas no Brasil para melhorar a infraestrutura de transportes e do setor energético.
“Para o Brasil, é essencial que haja essa maior participação [do financiamento privado]. Não é possível haver uma expansão do porte de que necessitamos sem a participação de mercados de capitais e de outros instrumentos e do sistema financeiro privado”, disse a presidenta. Segundo ela, o modelo de concessões foi a alternativa encontrada para suprir a demanda da infraestrutura brasileira  e enfrentar uma “falta de investimentos de décadas”.

Ao se referir ao Programa de Investimentos em Logística, Dilma ressaltou que conceder a administração de rodovias, ferrovias e aeroportos à iniciativa privada é uma opção estratégica do ponto de vista da gestão do setor. “Há entraves imensos no Brasil para a gestão de obras e, quando [os investimentos] são feitos exclusivamente pelo setor privado, são mais ágeis, mais eficientes e de menor custo”, lembrou Dilma, no encerramento do evento Oportunidades em Infraestrutura no Brasil, organizado pelo banco americano Goldman Sachs, em parceria com o Grupo Bandeirantes e o Metro Jornal.

Ao justificar a necessidade de o Brasil apostar no setor privado para o investimento e a manutenção dos trechos concedidos, a presidenta disse que outras alternativas seriam a parceria público-privada (PPP) e as obras públicas. “Quando a necessidade de retorno dos investimentos for incompatível com o que é sustentável – cobrar pedágios em rodovias, por exemplo –, os investimentos não podem ser feitos pelo setor privado.”

“De qualquer forma, o que nós preferimos é a concessão, e daremos prioridade àquilo que pode ser imediatamente concedido, porque precisamos não só dos recursos, mas também da gestão”, disse a presidenta, citando a concessão de três aeroportos brasileiros, o leilão de petróleo ocorrido em maio e os preparativos para o leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal, marcado para daqui a um mês.

Dilma aproveitou o discurso para explicar a falta de empresas interessadas na concessão da BR-262, cujo leilão foi adiado na semana passada por falta de propostas. “Inicialmente, os investidores disseram que a rodovia era viável, depois começaram a temer pela região e o tamanho do pedágio”. O governo agora revê a concessão e pode apostar em uma PPP ou até em obra pública, acrescentou.

Ocorrido em Nova York, o seminário, que visa a atrair investidores para o Brasil, ocorreu durante toda a manhã de hoje (25), e teve ainda palestras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Após participar do seminário empresarial, Dilma embarcou de volta para o Brasil. ABr
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