Seis governadores decidiram pedir a ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) que não editem agora uma súmula vinculante por meio da
qual seriam declarados inconstitucionais todos os incentivos fiscais
concedidos até o momento pelos Estados. Reunidos no gabinete da
liderança do PMDB no Senado, os chefes de executivo estadual querem que o
Supremo adie a edição da súmula até que o Congresso Nacional aprove uma
proposta que poderia acabar com a guerra fiscal entre os Estados.
O STF pode editar a qualquer momento uma súmula que derruba todos os
incentivos no ICMS dados pelos governos estaduais que não tenham passado
pelo aval do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz),
colegiado responsável por acompanhar a concessão de benefícios fiscais
pelos entes da federação. Ao longo dos anos, os governadores concederam
unilateralmente incentivos para atrair empresas à revelia do Confaz, que
exige unanimidade dos seus integrantes. Os governadores vão fazer um
périplo esta tarde nos gabinetes de ministros do Supremo para demovê-los
de editar, por ora, a súmula que trata da guerra fiscal.
Participaram do encontro na liderança do PMDB no Senado a governadora
do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini; de Santa Catarina, Raimundo
Colombo, do Espírito Santo, Renato Casagrande; do Mato Grosso do Sul,
André Puccinelli; do Goiás, Marconi Perillo; e o governador em exercício
de Sergipe, Jackson Barreto, entre outras autoridades. O governador do
Ceará, Cid Gomes, chegou ao Congresso depois de a reunião ter sido
encerrada. "Que (o Supremo) postergue a edição da súmula vinculante,
ouvindo o Congresso, ouvindo o Executivo, ouvindo o Brasil. Se
instituirmos a súmula vinculante, acabando com os ditos incentivos
fiscais, haverá uma desindustrialização de no mínimo 22 Estados (...).
Aí nós estaríamos relegando o Centro-Oeste, o Nordeste, o Norte,
Espírito Santo e Santa Catarina a Estados de segunda categoria", afirmou
André Puccinelli.
Os governadores defenderam a retomada da discussão do ICMS com uma
nova proposta, ignorando o texto aprovado na CAE do Senado. O texto que
saiu da comissão previa a adoção de três alíquotas para o imposto -
atualmente existem duas. "Não se está acabando com a guerra fiscal, está
se institucionalizando", criticou Raimundo Colombo.
Uma das hipóteses aventadas pelo grupo é encampar um projeto de lei
segundo o qual Estados com menor Produto Interno Bruto (PIB) teriam
direito a receber mais incentivos do governo federal e vice-versa. Essa
proposta foi elaborada pela Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento
Industrial (Adial), entidade que representa as empresas incentivadas.
"Tem que ser feito uma reforma agora para valer daqui a 8 ou 10 anos",
avaliou Cid Gomes, simpático à ideia do projeto alternativo. Ele ainda
teria de ser apresentado por um parlamentar para passar a tramitar no
Congresso. AE
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