Kirchner e Mujica se encontram sob tensão por fábrica de celulose uruguaia

A presidente argentina, Cristina Kirchner, recebe nesta segunda-feira seu colega uruguaio, José Mujica, em meio a novas tensões depois que o presidente do Uruguai afirmou que analisa autorizar o aumento de produção de uma fábrica de celulose localizada sobre um rio limítrofe.
Mujica realizará uma breve visita a Buenos Aires para participar com Kirchner de uma cerimônia na qual um ferry de uma empresa que realiza serviços entre Argentina e Uruguai cruzando o Rio da Prata será batizado com o nome de "Francisco", em homenagem ao Papa, de origem argentina.
"Antes da cerimônia será realizada uma reunião entre os dois presidentes", disse nesta segunda-feira à AFP uma fonte da Presidência argentina.
A nova controvérsia foi desencadeada depois que Mujica se mostrou disposto a autorizar um aumento da produção da finlandesa UPM (ex-Botnia), uma usina de produção de pasta de celulose localizada na costa uruguaia do limítrofe rio Uruguai.
O aumento seria de um milhão a 1,3 milhão de toneladas anuais.
O rio é de administração compartilhada.
A Argentina considera que o Uruguai não pode decidir unilateralmente sobre o aumento da produção e advertiu que, se o fizer, violará a decisão do Tribunal de Haia, ao qual ambos os países recorreram após uma extensa controvérsia gerada por denúncias de grupos ambientalistas argentinos, que chegaram a bloquear uma ponte de passagem binacional, de que supostamente a usina seria poluente.
"O limite de um milhão de toneladas anuais foi o que o Tribunal Internacional de Justiça utilizou para analisar a controvérsia e ele emitiu sua decisão com base neste número" em 2010, afirmou a chancelaria argentina em um comunicado divulgado um dia antes da visita de Mujica.
O governo de Kirchner advertiu que se não for alcançado um acordo nesta ocasião, levará o caso ao Tribunal de Haia.
A controvérsia sobre a suposta atividade poluente da usina foi dirimida por este tribunal internacional há três anos a favor do Uruguai. O organismo implementou controles periódicos à atividade da indústria. Os monitoramentos ambientais são conjuntos e a Argentina se nega a publicá-los. AFP
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