O jornalista Glenn Greenwald, que publicou as denúncias de espionagem de
dados de internet e telefone feitas pelos Estados Unidos, discutiu com o
editor de uma revista americana durante o discurso da presidente Dilma Rousseff na Assembleia-Geral da ONU, nesta quarta-feira.
Na plenária, Dilma qualificou o programa de inteligência dos EUA de "uma
grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e
captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e,
sobretudo, de desrespeito à soberania nacional".
Após as críticas da brasileira ao presidente americano, Barack Obama, Glenn Greenwald redirecionou uma série de mensagens no microblog Twitter em que os internautas defendiam o discurso de Dilma e disse que os ataques à presidente começariam logo.
Minutos depois, o editor da revista americana de relações internacionais "The National Interest", John Allen Gay, criticou o jornalista e o ex-técnico da CIA Edward Snowden, responsável por revelar o esquema de espionagem.
"Obrigado de novo, Edward Snowden e Glenn Greenwald, por prejudicar as relações entre EUA e Brasil sem motivo".
Greenwald respondeu ironicamente, pedindo desculpas Allen. "Eu sinto
muito pela espionagem que eu fiz". E fez uma nova crítica, desta vez ao
pensamento do editor americano sobre a relação com o Brasil.
"Esse tipo de comportamento, um pouco autoritário e extremo, surge
naqueles que subitamente descobrem as falhas de outros líderes quando
eles criticam ou desafiam os Estados Unidos".
O jornalista que publicou os documentos de Snowden ainda compartilhou a
íntegra do discurso de Dilma e uma notícia do site da rede de televisão
britânica BBC de 2012, em que o Brasil superava o Reino Unido e se
transformava na sexta maior economia do mundo.
Para John Allen Gay, o Brasil não deve se colocar no papel de vítima
porque, para ele, também exerce espionagem sobre os Estados Unidos.
"Para aqueles que pensam que o Brasil é a vítima, vocês realmente
acreditam que eles não abrigam espiões em sua embaixada [em Washington]?
Aliás, se o Brasil não espia os Estados Unidos, o país mais poderoso do
mundo, as agências de inteligência brasileira são incompetentes".(Folha)
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