A Helicoverpa armigera é uma lagarta que chegou ao Brasil
este ano e tem causado graves prejuízos às lavouras de algodão, milho e
soja, entre outras. Por isso, ela será um dos principais temas
científicos do 9º Congresso Brasileiro do Algodão, que começa amanhã em
Brasília e espera receber 2,5 mil visitantes, inclusive do exterior,
para discutir as tendências do setor e a crescente importância da
cotonicultura brasileira no cenário mundial.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de
Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, a praga não existia no Brasil, mas a
lagarta se transforma em borboleta e consegue voar até mil quilômetros,
bota ovos e gera novas lagartas, o que explica seu surgimento nas
lavouras algodoeiras do país. “Ela come a maçã do algodão com tal
voracidade que destrói toda a plantação”, disse Pinesso. Outro assunto
que, segundo ele, estará em pauta no Congresso é o do preço mínimo do
algodão, que não é reajustado há mais de dez anos.
De acordo com o presidente do Congresso, Milton Garbugio, essa
edição do evento, que tem como tema geral Algodão, Gestão e Otimização
de Resultados, será dividida em duas etapas. “Adotamos estrutura
diferenciada das outras edições, com dois dias dedicados ao Módulo
Negócios e dois ao Módulo Científico, para dar mais dinâmica aos debates
e garantir a participação maior dos congressistas”, disse Garbugio,
que também preside a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão
(Ampa).
O público-alvo do Congresso é formado pelas principais lideranças do
segmento, empresas que investem diretamente no setor e por todos os
envolvidos na cadeia produtiva do algodão.
A partir da safra 2013/14, o produtor brasileiro certificado pelo
programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) será automaticamente
licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), iniciativa que busca
garantir uma produção mundial ecologicamente correta. Segundo Gilson
Pinesso, “O Brasil já é o maior produtor de algodão BC no mundo e com
essa harmonização dos protocolos a tendência é termos um crescimento
ainda maior”.
Apesar desse otimismo, os dados da Abrapa indicam que este ano a
safra será menor que a de 2011/2012, quando atingiu 1,877 milhão de
toneladas. Isso porque houve redução de 33% da área plantada, já que
existe muita oferta do produto no mercado. Para este ano, portanto, a
produção não passará de 1,263 milhão de toneladas.
Para a safra 2013/2014, a previsão é de alta de 28% na área
plantada, o que deve elevar a produção para 1,422 milhão de toneladas. A
produção mundial do produto este ano está estimada em 25,587 milhões de
toneladas. A China, maior produtor mundial de algodão, tem safra
estimada em 7,284 milhões de toneladas. ABr
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