A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 3, a operação
Pronto Emprego, para apurar desvios de recursos públicos oriundos do
Ministério do Trabalho e Emprego. Foram cumpridos sete mandatos de
prisão e 37 de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e
Brasília.
Na operação, um assessor de um secretário do Ministério do Trabalho
foi preso com cerca de R$ 30 mil de propina em um hotel em São Paulo. A
PF também fez buscas no Ministério do Trabalho em Brasília.
Segundo a Polícia Federal, foram comprovadas "graves irregularidades"
nos repasses de R$ 47,5 milhões do Ministério do Trabalho para uma ONG
de assistência ao trabalhador com unidades em São Paulo e no Rio.
A PF informa que este valor deveria ser destinado à criação e
manutenção de centros públicos de empregos em São Paulo e no Rio, e
ainda para a qualificação de trabalhadores.
A investigação teve início em janeiro deste ano, de acordo com a
Polícia Federal, com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU).
A Polícia Federal constatou o desvio dos recursos públicos e também
lavagem de dinheiro desde a concessão de verbas no Ministério, passando
pelo direcionamento de contratações, inexecução de contratos, doações
fictícias e simulações de prestações de serviço até a reinserção do
dinheiro ao sistema econômico financeiro.
Foram mobilizados 150 policiais federais e dois auditores do TCU na
operação. Os investigados responderão pelos crimes de formação de
quadrilha, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, cujas penas,
somadas, atingem 37 anos de prisão.
Um dos endereços que a PF vasculhou foi a sede da ONG Centro de
Atendimento ao Trabalhador (CEAT), na zona Sul da Capital paulista. A
ONG, fundada em 2002, estaria no centro dos desvios de recursos do
Ministério do Trabalho.
O CEAT se define como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIP) “que se tornou uma referência na inclusão
socioprodutiva e no resgate da autoestima do trabalhador”.
“A organização surgiu em função da necessidade de enfrentar um
cenário dramático de desemprego no Brasil, em particular, na região
metropolitana de São Paulo”, diz o site da ONG. “Desde sua inauguração,
em 2002, já atendeu mais de um milhão de trabalhadores em condição de
desemprego.” AE
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