A Síria saudou o "recuo histórico norte-americano", neste domingo,
depois que o presidente Barack Obama atrasou um ataque militar iminente,
decidindo consultar o Congresso.
Como Obama recuou no último minuto, a França afirmou que não poderia
agir sozinha para punir o presidente Bashar al-Assad por um ataque com
armas químicas, tornando-se o último país ocidental aliado a repensar o
bombardeio à Síria.
"Obama anunciou ontem, diretamente ou através de implicação, o
início de um recuo histórico norte-americano", afirmou o jornal oficial
da Síria al-Thawra em um editorial de primeira página.
O presidente dos Estados Unidos disse no sábado que iria buscar o
consentimento do Congresso antes de tomar uma ação militar contra
Damasco --motivada pelo ataque de 21 de agosto, em que as forças de
Assad são acusadas--, uma decisão que deve atrasar qualquer ataque em ao
menos nove dias.
O vice-ministro de Relações Exteriores sírio, Faisal Mekdad,
condenou qualquer movimento ocidental armado contra seu governo. "A
decisão de entrar em guerra com a Síria é uma decisão criminosa e uma
decisão incorreta. Estamos confiantes que seremos vitoriosos", disse ele
a repórteres diante de um hotel em Damasco.
No entanto, a coalizão de oposição da Síria pediu neste domingo ao
Congresso dos Estados Unidos que autorize uma ação militar e disse que
qualquer intervenção deve ser acompanhada de mais armas para os
rebeldes.
Obama fez o anúncio-surpresa em um jogo que vai testar sua
habilidade de projetar a força americana no exterior e de exercer seu
poder em casa.
Antes de se colocar o pé no freio, o caminho tinha sido liberado
para um ataque dos Estados Unidos. Navios da Marinha estão na região
aguardando ordens para lançar mísseis, e os inspetores da ONU deixaram a
Síria depois de reunir provas de um ataque com armas químicas que as
autoridades norte-americanas afirmam ter matado 1.429 pessoas em áreas
controladas pelos rebeldes. (Reuters)
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