Na semana em que o Tribunal Superior Eleitoral legalizou o PROS e o
Solidariedade, o vice-presidente Michel Temer considerou "politicamente
inadequada" a criação de mais dois partidos e admitiu que até o seu PMDB
perdeu "um pouco" a identidade. "Há muitas siglas partidárias no Brasil
e esse número excessivo não é útil para o País", afirmou o vice.
Presidente licenciado do PMDB, Temer minimizou os embates com o PT
nos Estados e disse que a parceria está "consolidada" para 2014. Embora o
PSB de Eduardo Campos tenha anunciado a entrega dos cargos no governo
Dilma, Temer torce para que o governador de Pernambuco não entre na
disputa. "Se todos nós pudermos trabalhar para que ele não deixe a base
governamental e eleitoral será muito útil para a aliança PT-PMDB",
insistiu.
Leitor voraz e autor de poemas escritos em guardanapos de avião, Temer recorreu a uma analogia ao garantir que não tem receio de
perder a vaga de vice. "Já andei em tantas estradas que, a essa altura, a
vice não é coisa de vida ou morte." Com o PMDB prestes a ganhar o
Ministério da Integração, ele disse que o partido está "preparado" para
ter mais espaço em eventual segundo mandato da presidente Dilma
Rousseff.
Sobre a legalização de dois novos partidos, o PROS e o Solidariedade,
no momento em que o PSB desembarca do governo, Temer comentou: "No
plano legal, é perfeitamente legítima a criação de novos partidos.
Embora seja legal, politicamente é inadequado". Segundo o
vice-presidente, "há muitas siglas partidárias no Brasil e esse número
excessivo não é útil para o País". "Aqui, os partidos perderam
substância. Na época do autoritarismo, você tinha a Arena, a favor do
status quo, e o MDB, contra. Quem aderia a um deles sabia o que estava
fazendo. Hoje, com 32 partidos, eles perderam sua identidade",
acrescentou.
Questionado se o PMDB perdeu sua identidade, Temer disse que "um
pouco". "O que ele não perdeu foi a função de assegurar a
governabilidade. Agora, nesses movimentos de rua, o que o povo queria? O
povo passou a exigir uma democracia eficiente e o PMDB está trabalhando
por isso", comentou. AE
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