Mostrando algumas fotos da escola e
do trabalho que vem sendo realizado ao longo de 30 anos de atividades
do estabelecimento, Silvia disse que a Amigos do Verde está localizada
em área de 3,6 mil metros quadrados de área verde, com bosque de árvores
nativas, em frente ao local projetado para as obras da trincheira. A
diretora frisou que a comunidade escolar compreende a necessidade de
obras que visem ao desenvolvimento da cidade, mas pondera que o Poder
Público deveria considerar também os impactos sociais e ambientais
acarretados por esse tipo de empreendimento.
Silvia
Carneiro destacou que a área verde onde está situada a escola possui
grande biodiversidade. Segundo ela, o terreno foi considerado como área
de proteção ambiental (APA) em 13 de julho de 1990, por decreto
municipal. Também havia sido dado início a processo, na prefeitura,
solicitando o tombamento do prédio que abriga a Amigos do Verde – antiga
propriedade da família Neugebauer, construída em 1936 – "em razão de
seu inestimável valor histórico".
Ela
relatou, no entanto, que, a partir de outubro do ano passado, a
comunidade da região começou a ouvir falar acerca das obras projetadas
para a trincheira da Cristóvão Colombo. A partir disso, tentaram várias
vezes fazer contato com representantes da prefeitura, sem que houvesse
êxito. "Somente em 15 de maio deste ano, depois de muita insistência,
tivemos respondidos alguns questionamentos que enviamos por e-mail à
prefeitura."
A
diretora da Amigos do Verde disse que os moradores e a comunidade
escolar ficaram surpresos ao saber que o tombamento da APA havia sido
revogado pela prefeitura. "Somente agora soubemos da revogação. E o
recuo projetado para as obras da trincheira, inicialmente calculado em
dois metros, agora já está em 4,5 metros." Silvia questionou ainda que a
revogação do tombamento possa ser justificada pela utilidade pública
das obras da trincheira e salientou que a execução do projeto poderá
servir aos interesses da especulação imobiliária. "Quais critérios foram
utilizados para avaliar os impactos sociais dessa obra?" Reivindicando a
retomada do tombamento da APA, Silvia defendeu "um legado que priorize
uma qualidade de vida", no sentido oposto à "rodoviarização da cidade",
cuja sustentabilidade priorize a preservação a longo prazo.
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