O parlamentar boliviano foi trazido para o Brasil no final de agosto,
em operação organizada por Saboia, então encarregado de Negócios
Estrangeiros do Brasil na Bolívia, o que desencadeou uma crise
diplomática. Como resultado, o então chanceler Antonio Patriota foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado.
Desde o episódio, Eduardo Saboia estava
"em trânsito" - período em que um diplomata fica afastado de suas
funções quando troca de posto. Nesse ínterim, um processo de sindicância
no ministério foi instaurado para apurar o caso. Saboia é acusado de
quebra de hierarquia, o que a defesa nega. O resultado será conhecido
até o final de outubro. O processo tramita em sigilo.
Pinto Molina, que faz oposição ao governo
do presidente Evo Morales, ficou quase 15 meses abrigado na embaixada em
La Paz, desde que pediu asilo político ao Brasil. O parlamentar
precisava de um salvo-conduto para deixar o que país, o que era negado
pelas autoridades bolivianas, sob o argumento de que o parlamentar
responde a processos judiciais no país.
O parlamentar é classificado como um
“delinquente comum” pelo governo boliviano. O senador alega que é
perseguido político e nega as acusações relativas a desvios de recursos
públicos e corrupção. No total, ele é alvo de mais de 20 processos.
O retorno de Saboia ao trabalho foi autorizado no mês passado, após pedido encaminhado pelos advogados do diplomata. A defesa pediu ainda acesso aos e-mails,
telegramas e notas trocadas entre a Embaixada do Brasil na Bolívia, o
Itamaraty e a Presidência da República. A relação de documentos é
extensa e mantida pela comissão em caráter sigiloso. ABr
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