Após dez anos, congresso mostra que está consolidado como grande evento agroecológico

Dez anos se passaram e o Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) voltou a ser realizado em Porto Alegre. O evento, encerrado no final da tarde desta quinta-feira (28), no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre, mostrou-se um importante espaço de afirmação e consolidação da Agroecologia no país, trazendo para o debate temas relacionados à saúde do planeta.
A problemática dos agrotóxicos e dos transgênicos, a relação entre educação e Agroecologia, a saúde humana e o meio ambiente e questões ligadas à economia e aos modelos de desenvolvimento foram os temas tratados nas palestras, apresentações e painéis durante os quatro dias de intensa programação, assistida por mais de 4 mil pessoas.

Segundo o diretor da Emater/RS e presidente da Comissão Organizadora do CBA, Gervásio Paulus, um ponto em comum que permeou todas as apresentações foi o sentimento de que não se pode mais ignorar que o planeta está doente.
"Faz-se necessário um novo paradigma, entendido como uma visão de mundo que é compartilhada por uma comunidade, tendo como base a Agroecologia, e uma mudança mais profunda de visão, com o objetivo de superar o forte consumismo arraigado na atual sociedade, superando as relações econômicas que apenas enxergam os bens da natureza como recursos para gerar lucro", disse.
Para Paulus, o mundo só terá uma agricultura sustentável quando houver uma sociedade que também seja sustentável: "para isso, se deve construir relações nesse sentido, e eventos como o Congresso Brasileiro de Agroecologia são fundamentais nesse processo". 

Durante a plenária final, o presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Paulo Pertersen, lembrou os dez anos de criação do Congresso. "Nesta edição, escolhemos situar a Agroecologia na história. Pensar onde estávamos, como chegamos e aonde queremos ir, por que se não tivermos a capacidade de fazer essa reflexão não vislumbraremos novas perspectivas", avaliou. 

Participantes
O agricultor de Sinimbu, Arno Hirsch, esteve pela primeira vez no Congresso Brasileiro de Agroecologia e achou interessante as palestras que abordaram o uso de agrotóxicos. Já o professor mineiro de Biologia, Daniel Pinila, viajou até Porto Alegre por outro motivo: veio trocar informações e conhecimento agroecológico com outros grupos e participar do 5º Encontro Nacional de Grupos Agroecológicos.

Os participantes vieram de diversos locais do Brasil e de países, como Argentina, Equador, México, Estados Unidos, Bélgica, França, Venezuela, Itália, Noruega, e Espanha.

O evento, que se iniciou na segunda-feira (25) e encerrou-se hoje, computou a inscrição de 1.055 trabalhos científicos e acadêmicos, além da realização de inúmeras palestras, oficinas, apresentação de relatos de experiências e troca de sementes. Também ocorreram mostras fotográfica e de vídeo e outras atividades de debate, troca de conhecimentos e de lazer.

Plenária final
Além da apresentação da Carta de Porto Alegre, a plenária final do VIII CBA - Agroecologia referendo cartas de moção e de repúdio. Entre elas, uma em favor da extensão rural gaúcha que tem o seu status de empresa filantrópica questionada na Justiça. Esta foi aprovada por unanimidade. Ao final do Congresso, foi anunciada a sede do próximo CBA. A nona edição será realizada em Belém do Pará, em 2015.
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