Mais de três mil pessoas de 65 países participaram, ao longo dos últimos
quatro dias, de uma agenda de debates sobre estratégias de
desenvolvimento econômico das cidades em Foz do Iguaçu. A programação do
II Fórum Mundial de Desenvolvimento Local encerrou-se nesta
sexta-feira, 1º, em conferência com a participação do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e do prefeito de Porto Alegre e presidente da
Frente Nacional de Prefeitos (FNP), José Fortunati, que falou em nome da
organização internacional Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU) e do
Fundo Andaluz de Municípios para a Solidariedade Internacional (FAMSI).
Fortunati defendeu a aproximação dos governos locais para socializar as
melhores políticas públicas e estratégias das cidades na geração de
desenvolvimento e qualidade de vida. "É nas cidades que os cidadãos
buscam serviços públicos de qualidade e soluções em áreas como moradia,
saúde e assistência social. Fundamental é discutir o local para pensar
soluções globais, porque mesmo com realidades econômicas e geográficas
distintas, as cidades enfrentam desafios semelhantes para melhorar a
qualidade de vida dos moradores", afirmou o prefeito.
Em seu pronunciamento, o ex-presidente resgatou a importância de
projetos de geração de emprego, renda e desenvolvimento local,
enfatizando o papel dos gestores na troca de experiências e soluções. "O
Fórum com gestores locais tem potencial de produzir resultados reais,
diante das experiências que trouxeram e receberam. Essa troca entre
gestores significa oportunidade de mudar a qualidade de vida de milhões
de cidadãos. É importante desafiar as comunidades locais a pensar as
próprias soluções, que muitas vezes são simples", ponderou Lula.
À frente da Comissão de Desenvolvimento Urbano Estratégico da CGLU,
Fortunati anunciou a agenda de trabalho para a terceira edição do Fórum,
marcada para 2015 em Turim, Itália. A entidade apresentará mensagens
estratégicas a serem consideradas na agenda Habitat III, que é a nova
agenda urbana global para o século 21, e articulará as demandas dos
governos locais como cenário de políticas públicas para o
desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.
Orçamento Participativo - Na manhã desta sexta-feira,
Fortunati coordenou os debates no painel “Financiar o Desenvolvimento
Local com a Economia Local: desafios e estratégias”, organizado pelo
Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV), do qual é
tesoureiro. O debate reuniu práticas de articulação local de Joanesburgo
(África do Sul), Bruxelas (Bélgica), Rosario (Argentina), Ile-de-France
(França) e Guarulhos (São Paulo).
O prefeito apresentou a experiência da capital gaúcha no Orçamento
Participativo, que completa 25 anos em 2014, enfatizando os avanços
construídos ao longo dos anos para fortalecer o diálogo com a população e
melhorar a vida na cidade sob a ótica das necessidades apontadas pelos
moradores "A essência do OP é a participação presencial dos moradores
nas diferentes instâncias de decisão dos investimentos. Ao completar 25
anos, a nossa determinação é fortalecer o diálogo e intensificar a
realização das demandas", avaliou Fortunati.
Adotado em centros internacionais como Nova York e Chicago (EUA) e
Toronto (Canadá) e em cidades brasileiras, o OP é considerado indicador
de desenvolvimento, como destacou Fortunati. Organismos de financiamento
internacional consideram o OP como exemplo de gestão de transparente do
investimento público, o que pontua favoravelmente na captação de
recursos externos para governos locais.
O evento é promovido pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Fundo Andaluz de Municípios
pela Solidariedade Internacional (Famsi), Cidades e Governos Locais
Unidos (CGLU), Fórum de Governos Regionais e Associações Globais de
Regiões (Fogar), Itaipu Binacional e Sebrae Nacional.
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