A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse hoje (27) que
pretende deixar o cargo em janeiro para poder decidir seu futuro
político. A ministra é cotada para se candidatar ao governo do Paraná,
concorrendo, neste caso, com o atual governador, Beto Richa, do PSDB.
Segundo ela, no entanto, a decisão ainda não está tomada.
“A decisão de concorrer ao governo vai ser tomada no ano que vem,
após minha saída da Casa Civil. Não tem uma decisão tomada ainda”, disse
durante café com jornalistas, no Palácio do Planalto. “É uma avaliação
política que eu não quero misturar enquanto estou exercendo a função
aqui. Gosto de separar as coisas”.
Gleisi disse que, para evitar que a decisão da provável candidatura
coincida com o exercício do cargo, solicitou à presidenta Dilma Rousseff
afastamento e está aguardando resposta. A ministra disse ainda que,
quando a data de sua saída for decidida, ela vai colaborar na transição
das funções para o substituto. “Eu, particularmente, prefiro sair em
janeiro e a presidenta também tinha essa data como referência”, indicou.
A ministra deve tirar férias entre 13 e 23 de janeiro.
Durante
conversa com jornalistas, a ministra falou sobre o sucesso de ações do
governo em relação às concessões de rodovias, ao programa Mais Médicos e
ao diálogo com a população, durante as manifestações de junho. Como
ministra, Gleisi disse que gostaria de deixar o governo com licitações
de ferrovias e portos realizadas, o que não aconteceu.
Gleisi disse que o ano foi de muitos desafios para o governo e para o
Brasil, com uma crise econômica que afetou não só o país, mas também
seus principais parceiros comerciais. Ela acredita, no entanto, que o
país conseguiu dar respostas efetivas a esses desafios com investimentos
e atração de mais parceiros.
“Conseguimos fechar o ano com bom balanço na nossa empregabilidade,
com o menor índice de desemprego da nossa história. Ampliamos créditos e
programas para nossa agricultura e mantivemos e ampliamos nossos
programas sociais”, disse a ministra.
Em relação às manifestações de junho pela melhoria dos serviços
públicos – como transporte nas grandes cidades, a ministra disse que
Dilma exercitou a coragem e apresentou resposta consistente para
responder aos pleitos da população. “A presidenta exercitou a coragem ao
fazer um diálogo franco, aberto com a população, com as manifestações, e
os pactos que ela apresentou vão responder às reivindicações”.
Sobre um dos programas mais polêmicos criados em resposta às
manifestações, para ampliar o atendimento de saúde básica no interior do
país e periferia das grandes cidades, Gleisi disse que o Mais Médicos é
uma resposta imediata a um problema grave. “Não é a resposta de todos
os nossos problemas e nem é a resposta mais estruturante, mas é uma
resposta consistente e imediata a um problema grande que é a falta de
profissional para atender a população”. ABr
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