Neste ano de eleições gerais, onde está em jogo a corrida pelo mais
alto cargo público do País, a Presidência da República, o cenário
político já começa a se delinear de uma maneira atípica em comparação
aos outros de eleições gerais, como os de 2006 e 2010. A tradicional
polarização PT e PSDB, por exemplo, deve ser quebrada com o anúncio,
esperado para breve, da ex-senadora Marina Silva como vice na chapa
encabeçada pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB,
Eduardo Campos.
O anúncio deve alavancar a
candidatura do socialista e acender o sinal amarelo para o candidato do
PSDB, o senador mineiro Aécio Neves, seu provável adversário na disputa
pelo segundo lugar no primeiro turno. A avaliação é do cientista
político e professor de administração pública da Fundação Getúlio Vargas
de São Paulo, Marco Antonio Carvalho Teixeira.
Além disso,
continua Carvalho Teixeira, uma das mais tradicionais bandeiras de
campanha da oposição, a da moralidade, já foi explorada exaustivamente
no julgamento do mensalão e mesmo que o tema continue em pauta neste ano
eleitoral, o impacto não deverá ser tão forte porque os principais
personagens do escândalo já estão atrás da grades e a própria oposição
terá de lidar com temas como o chamado mensalão mineiro e o cartel de
trens em São Paulo.
"Com isso, surge a necessidade de se
criar uma nova agenda de debate, o que infelizmente não está ocorrendo.
Seria bom que as discussões de campanha levassem em conta a criação de
uma agenda, com propostas concretas para o desenvolvimento do País, mas
isso infelizmente não está ocorrendo", reitera o professor.
Na
sua avaliação, mesmo num cenário atípico, continua o favoritismo da
presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, a despeito da
percepção negativa de alguns agentes econômicos. "Só vamos ter uma noção
exata do cenário econômico e os reflexos na campanha, sobretudo na da
presidente Dilma, depois da Copa do Mundo de Futebol no País, que começa
em junho", destaca Carvalho Teixeira, lembrando que a economia só
reflete negativamente em um pleito se mexer na renda da população.
Segundo ele, se o governo garantir "dinheiro no bolso e comida na mesa"
da população, sobretudo a mais pobre, é um indício de que isso poderá
ser traduzido em voto nas urnas.
Fraqueza
A
respeito do favoritismo da presidente Dilma na corrida presidencial, o
cientista político afirma que isso é fruto mais da fraqueza de seus
adversários do que pelos próprios méritos dela. Isso, segundo ele, está
baseado na incapacidade de se apresentar projetos novos, de fazer melhor
ou de avançar.
"O País precisa de uma agenda nova, de
propostas concretas." Para Marco Antonio Carvalho Teixeira, a única
novidade que até o momento permeia ainda esta campanha presidencial é o
governador Eduardo Campos. Ele reitera que a entrada de Marina Silva
para dividir a chapa com Campos "pode ter um efeito devastador" não
apenas na campanha presidencial, mas também nas locais. "Na campanha
presidencial, o efeito será sentido mais pelo senador tucano Aécio
Neves, pois com o favoritismo de Dilma, os dois deverão ter uma disputa
acirrada para ver quem poderá levar a disputa ao segundo turno." AE
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