O governo turco não aprovou uma anistia geral para
centenas de policiais condenados em dois recentes julgamentos por
conspiração contra o governo conservador do primeiro-ministro Recep
Tayyip Erdogan, indicou seu porta-voz nesta sexta-feira.
"Ninguém
deve esperar uma anistia geral. Nós não iremos aprová-la", declarou à
imprensa o vice-premiê Bulent Arinç, que insistiu na necessidade de
respeitar o direito a um "julgamento justo".As declarações de Arinç ocorrem após a publicação pela imprensa de uma reivindicação do Estado-Maior das Forças Armadas, na qual solicitam a revisão dos dois processos de 2012 e 2013, considerando que as evidências usadas contra os centenas de oficiais acusados foram fabricadas.
Analistas turcos atribuem esta iniciativa da instituição militar a uma aliança com o governo de Erdogan contra o movimento do pregador muçulmano Fethullah Gülen, muito influente na polícia turca e na justiça.
Erdogan acusa Gülen de estar por trás da investigação dos escândalos de corrupção contra membros do partido no poder.
Um assessor político próximo ao primeiro-ministro sugeriu na semana passada à imprensa que os supostos responsáveis pelo escândalo político e financeiro conspiraram contra o exército.
Estes julgamentos permitiram a Erdogan reduzir a influência política do exército, considerado próximo da oposição.
As Forças Armadas realizaram três golpes de Estado e forçaram a renúncia de um governo de inspiração islâmica desde 1960. AFP
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