Após manutenção da greve, empresas estudam demissão de rodoviários por justa causa

A Associação de Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) recebeu com frustração a notícia de que os rodoviários decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Agora, o departamento jurídico da entidade que representa as empresas de ônibus estuda medidas mais firmes frente aos funcionários paralisados.
 
Após manutenção da greve, empresas estudam demissão de rodoviários por justa causa Bruno Alencastro/Agencia RBS
Em assembleia, rodoviários rejeitaram proposta de reajuste salarial de 7,5% Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
 
A Associação de Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) recebeu com frustração a notícia de que os rodoviários decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Agora, o departamento jurídico da entidade que representa as empresas de ônibus estuda medidas mais firmes frente aos funcionários paralisados.
 
— Ficou claro ontem (segunda-feira) que, com a não aceitação da proposta, passaria a ter validade novamente a liminar da Justiça do Trabalho que declarou a greve ilegal. Sem ameaça, mas a realidade é que vamos analisar medidas que permitem aos empregadores medidas punitivas. Uma delas pode ser demissão por justa causa — declarou o gerente-executivo da ATP, Luiz Mário Magalhães Sá.

As companhias podem ainda descontar o ponto de cobradores e motoristas pelos dias parados. Após a reunião da segunda-feira, uma "tensa e demorada negociação", conforme Sá, a ATP tinha uma expectativa positiva quanto ao fim da greve. Em assembleia na manhã desta terça, os rodoviários rejeitaram a proposta de reajuste de 7,5% e R$ 10 de coparticipação no plano de saúde.

— Eu já não chamo mais de líderes. Porque líder assume uma posição e fica com ela, não troca a todo momento — ataca o gerente-executivo em relação aos homens que estão à frente das negociações por parte dos grevistas.

Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) informou que duas liminares voltam a ter eficácia com a manutenção da paralisação: "a que declarou a ilegalidade da greve, autorizando as empresas a descontar os dias parados dos empregados, e a que determinou a manutenção de 70% de circulação dos ônibus nos horários de pico e de 30% no restante dia, sob pena de multa diária — que aumentou de R$ 50 mil para R$ 100 mil na última sexta-feira", diz o texto.

Ainda conforme o TRT, duas multas já foram aplicadas, no valor total de R$ 250 mil: "uma de R$ 100 mil, referente aos dias 28 e 29 de janeiro, e outra de R$ 150 mil, correspondentes a 30 e 31 de janeiro", encerra o comunicado.

Não há previsão de nova reunião para conciliação entre as partes.

Serviços fechados
Em razão da greve no transporte coletivo, a Loja de Atendimento da Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), na Travessa Mário Cinco Paus não vai funcionar nesta terça-feira. A SMF espera normalizar o atendimento ao público o mais breve possível.

Reivindicações
A greve foi definida em assembleia da categoria no dia 23 de janeiro . Os rodoviários querem 14% de aumento, reajuste do vale-alimentação de R$ 16 para R$ 20 e manutenção do plano de saúde, sem desconto no salário. Porém, as empresas oferecem 5,56% (reposição integral da inflação no ano, segundo o INPC) e querem coparticipação financeira dos empregados no plano de saúde.

Fonte: ZH
 
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