Após uma reunião de quase seis horas na segunda-feira, a presidente
Dilma Rousseff sinalizou ao vice-presidente Michel Temer que dará mais
uma pasta ao PMDB na reforma ministerial, que deve ficar com os
Ministérios de Portos e de Ciência e Tecnologia, mas perder o controle
do Turismo, disseram duas fontes que ouviram o relato de Temer.
O desenho apresentado pela presidente agrada ao PMDB, mas ainda pode
sofrer mudanças, segundo as duas fontes, que falaram à Reuters sob
condição de anonimato.
A presidente deve dar sequência às mudanças já anunciadas no primeiro
escalão nos próximos dias. Dilma precisa substituir ministros que
deixam o governo por causa das eleições e pretende aproveitar para
ampliar a aliança partidária para tentar a reeleição.
Hoje, o PMDB está à frente da Previdência Social, do Turismo, da Agricultura, da Aviação Civil e de Minas e Energia.
A presidente já colocou Aloizio Mercadante na Casa Civil, deixada por
Gleisi Hoffmann para concorrer ao governo do Paraná, Arthur Chioro à
frente da Saúde, no lugar de Alexandre Padilha, que disputará o Estado
de São Paulo. Além disso, nomeou Thomas Traumann, ex-porta-voz da
Presidência, para a Secretaria de Comunicação Social, no lugar da
jornalista Helena Chagas. O Ministério da Educação, deixado por
Mercadante, será dirigido pelo ex-secretário-executivo da pasta José
Henrique Paim.
Como o ministro do Turismo, Gastão Vieira, deve sair para disputar
uma vaga na Câmara dos Deputados, Dilma pretende agregar o PTB à sua
aliança para a reeleição e dará a pasta aos petebistas.
A Secretaria Especial dos Portos, que estava sob comando do PSB até
setembro do ano passado quando a legenda deixou o governo, será
comandada agora pelo PMDB. O mais provável é que o senador Vital do Rêgo
(PB) assuma o posto, já que é um nome de consenso no partido e Dilma
não tem objeções à indicação, disse uma das fontes.
Dilma também deve passar o Ministério de Ciência e Tecnologia, hoje
comandado por Marco Antônio Raupp, para o PMDB. Ainda não há um nome
definido para o posto. Caberá à bancada da Câmara a indicação desse
ministro e do substituto de Antônio Andrade, na Agricultura.
Após a longa reunião com Dilma, da qual participaram o líder do
governo no Senado, Eduardo Braga (AM), e os presidentes da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), um grupo restrito de peemedebistas varou a madrugada reunido
com Temer, no Palácio do Jaburu, analisando as indicações que partido
fará.
A presidente também discutiu com Temer as alianças regionais entre PT
e PMDB. Há preocupações sobre o andamento das negociações em Estados
importantes como Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Minas Gerais e Maranhão. Reuters
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