O novo líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA),
anunciou nesta terça-feira, 04, vai entrar com pedido de abertura de
processo na Corregedoria da Casa contra o vice-presidente da Câmara,
André Vargas (PT-PR). Os tucanos entendem que houve quebra de decoro
parlamentar do petista durante a cerimônia de abertura do ano
legislativo ontem à tarde.
Sentado ao lado do
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa,
Vargas repetiu o gesto feito pelos condenados do Mensalão durante as
prisões de novembro passado. O petista ainda trocou mensagens pelo
celular manifestando a vontade de dar "uma cotovelada" em Barbosa.
"Foi
um fato estarrecedor. Você imaginar, numa sessão inaugural do Congresso
Nacional, um deputado que é vice-presidente da Câmara e tem posição de
liderança na Executiva Nacional do PT, estar ao lado do presidente do
STF e fazer o que fez? Ele queria constranger o ministro. E mais do que
isso: trocar mensagens falando em dar cotoveladas é uma falta de
respeito. Isso é inaceitável", afirmou Imbassahy.
Para o
tucano, ficou clara a intenção do petista em "afrontar e desmoralizar a
Justiça brasileira". "Ele perdeu as condições de permanecer aqui como
deputado", considerou o novo líder do PSDB.
Sobre a
iminência de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos
condenados do mensalão, Imbassahy lembrou que, ao ser preso, o petista
perderá seus direitos políticos automaticamente e que a cassação poderia
se dar por "ato de ofício", ou seja, sobraria apenas a possibilidade de
renunciar e evitar assim o constrangimento da cassação em plenário.
"Acho provável que ele renuncie", previu.
Doações
Mais
cedo, a bancada tucana encaminhou à Procuradoria-Geral da República um
pedido de investigação de supostos crimes de apologia a crime ou a
criminoso e lavagem de dinheiro no processo de arrecadação de doações
para petistas condenados no esquema do mensalão. A representação,
assinada pelo até então líder do partido na Casa, Carlos Sampaio (SP),
questiona o ato de desagravo realizado no 5º Congresso do PT, em
dezembro passado, e o volume de recursos destinado ao pagamento de
multas impostas ao ex-deputado José Genoino e ao ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares.
Com o apoio de familiares, amigos,
apoiadores e militantes petistas, José Genoino arrecadou mais de R$ 700
mil em doações por meio de um site criado exclusivamente para a
"vaquinha eletrônica". Com o recurso, obtido em cerca de 10 dias, o
petista conseguiu pagar multa de R$ 667,5 mil, decorrente da condenação
no processo do mensalão. Delúbio Soares usou a mesma estratégia e
conseguiu arrecadar mais de R$ 1 milhão. A multa imposta pelo Supremo
Tribunal Federal a Delúbio foi de R$ 466,8 mil. AE
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