ntegrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
decidiram manter, por tempo indeterminado, mobilizações iniciadas nessa
terça-feira no Rio Grande do Sul, dentro da Jornada Nacional de Lutas
pela Reforma Agrária. Há ocupações em pelo menos cinco municípios nesta
quarta.
Em Passo Fundo, no Norte gaúcho, 300 pessoas estão acampadas na
propriedade da família do advogado Maurício Dal’Agnol, foragido da
Justiça que é acusado de lesar 30 mil clientes em até R$ 100 milhões. Um
dos dirigentes do MST, João Onofre, garante que a situação é pacífica
no local e que os ocupantes pretendem iniciar o plantio de trigo e soja,
assim que a chuva cessar.
Também há ocupações em Pelotas e Capão do Leão, na zona Sul, Catuípe, no Planalto Médio, e Cruz Alta, no Alto Jacuí.
Os sem-terra exigem, sobretudo, o cadastramento de novos acampados no
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); o
assentamento de mil famílias até o fim do ano no Estado; e a retomada de
convênio para concessão de habitação.
Ontem, assentados chegaram a ocupar agências da Caixa Econômica
Federal, em municípios como Santa Maria, no Centro do Estado, para pedir
a liberação de recursos para habitação. Os trabalhadores decidiram
deixar os locais após uma reunião em Brasília, em que o governo federal
se comprometeu a liberar recursos para a construção de mais de 40 mil
unidades de casas dentro do Programa Nacional de Habitação (PNHR) para
integrantes do MST.
A Jornada de Lutas ocorre desde segunda-feira e até 10 de maio, para
marcar os 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21
trabalhadores foram mortos pela polícia no Pará, segundo a Rádio Guaíba.
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