O médico Leandro Boldrini, suspeito de envolvimento no assassinato do
filho Bernardo Uglione Boldrini, autorizou nesta terça-feira a quebra de
qualquer sigilo necessário, incluindo bancário e telefônico, de modo a
facilitar os trabalhos investigativos. Também permitiu o ingresso da
Polícia em sua residência, em Três Passos, de modo que os agentes tenham
acesso a todos os cômodos e, em especial, ao quarto onde o menino
dormia para a busca das provas que julgarem necessárias. As autorizações
foram entregues à delegada Caroline Bamberg Machado pelo defensor de
Boldrini, advogado Jader Marques. “Ele quer, com isso, demonstrar que
não tem motivos para esconder o que quer que seja”, ressaltou.
O
advogado igualmente requisitou ao Judiciário a transferência do processo
para Frederico Westphalen, cidade onde o corpo do garoto foi
encontrado. Para justificar a petição, fez referência ao artigo 70 do
Código de Processo Penal, que determina que a competência será, de
regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso
de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
“Não há dúvidas de que aquela comarca é a competente para julgar o
caso. Teremos que verificar inclusive a questão das decisões tomadas até
agora”, frisou. Também ressaltou que a Constituição Federal assegura
que todos têm direito ao “devido processo legal”. “Ninguém será privado
da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”, ou seja,
juridicamente falando ele é um Princípio Constitucional que garante que
todos possam se defender ou garantir seus direitos, por meio de um
processo que respeite às leis do Brasil.
Marques igualmente teve acesso a uma parte do inquérito
policial que investiga a morte do menino. “Uma parte da documentação
ainda continua restrita às autoridades policiais e em segredo de
Justiça”, disse. Para ele, a declaração da delegada é “vaga” ao falar da
participação de Boldrini no crime. De acordo com o advogado, a suspeita
contra o médico “não vem apoiada de nenhum elemento”.
Segundo
ele, no procedimento judicial e nas peças do inquérito policial
acessados por ele não há elementos materiais que levem à conclusão de
que o pai participou do crime”. “Minha preocupação é com a totalidade do
inquérito para verificar que tipo de materialidade a autoridade
policial insiste em afastar da defesa”, frisou. Marques voltou a se
encontrar com Boldrini na prisão, “para ter uma conversa definitiva com
ele” Marques defende apenas o pai de Bernardo. (Correio do Povo)
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