Com a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa
Weber, favorável à instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) para investigar apenas a Petrobras, líderes da oposição no Senado
anunciaram nesta manhã que vão exigir a instalação imediata da comissão.
A oposição, que já tem pronta uma lista de
indicados para compor a CPI, alega que mesmo que os governistas recorram
ao pleno, a decisão da ministra não tem efeito suspensivo, ou seja, não
é necessário esperar uma deliberação do plenário do STF para dar início
aos trabalhos. "Não há mais como adiar, como procrastinar a
instalação", disse o presidente do PSDB e pré-candidato à Presidência da
República, senador Aécio Neves (MG).
Na avaliação dos
senadores de oposição, mesmo com a ausência do presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), o vice Jorge Viana (PT-AC) pode, assim que for
notificado pelo STF, solicitar aos partidos que apresentem suas
indicações e instalar a CPI. Eles acreditam que os trabalhos podem
começar já na próxima semana. "Está garantido o direito das minorias de
investigar o governo. A CPI está pronta para ser instalada. Cabe ao
governo fazer o embate político e à sociedade julgar", afirmou o
presidenciável.
Os oposicionistas sabem que a base aliada
usará de manobras para adiar a instalação, uma vez que os partidos têm
30 dias para oferecerem a lista dos indicados para integrar a comissão.
Na opinião do senador tucano, o governo se equivocou em atrapalhar a
criação da CPI e acabou se desgastando.
"Não há como
empurrar com a barriga um tema tão grave como este", considerou.
Questionado sobre a possibilidade da base aliada criar uma CPI para
investigar o cartel de trens em São Paulo, Aécio disse que estaria
disposto a apoiar o requerimento. "Se faltar assinaturas, a minha está
disponível", acrescentou.
Para o presidente do DEM, senador
Agripino Maia (RN), a decisão da ministra serve tanto para a instalação
da CPI quanto da CPMI (com a participação dos deputados). No entanto, a
oposição vai priorizar neste momento no início dos trabalhos da CPI.
"Não há mais o que discutir. A dúvida jurídica está elucidada e a
instalação se impõe", comemorou. AE
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