O candidato do PCB à Presidência da República, Mauro Iasi, defende o aprofundamento da democracia direta como forma de governar o país. Sexta-feira (1º), antes do lançamento do Comitê Popular do partido, o candidato detalhou o programa de governo que pretende ver implantado no país, se vencer as eleições em outubro.
É com base na crítica à forma de governo que emergiu no ano passado que Iasi defende o aprofundamento da democracia direta, com o estabelecimento do poder popular. “Seriam assembleias eleitas nos locais de trabalho, de moradia, de estudo, que representassem diretamente as demandas populares diretamente. Isso seria apresentado ao Congresso Nacional como uma política de governo, disse ele.
Professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o paulista Mauro Iasi é formado em história e doutor em sociologia. Segundo ele, sua candidatura foi uma decisão coletiva do partido. “Não é decisão pessoal.”Ter candidatura própria este ano foi uma deliberação do PCB, porque o ano passado foi especial, com manifestações e mudanças na conjuntura, destacou. Por isso, o partido entendeu que “era essencial ter essa voz e essas propostas apresentadas no espaço eleitoral.”
O partido terá apenas 45 segundos de propaganda na televisão, mas Iasi acredita que poderá passar a mensagem do partido, dividida em cinco eixos principais. “Nosso tempo é curtinho, é uma disputa desigual, num critério nem um pouco isonômico entre as forças políticas.”
O primeiro eixo, a chamada desmercantilização da vida, considera que educação, saúde, transporte e moradia são direitos e devem ser públicos, gratuitos e garantidos pelo Estado. O segundo trata das condições econômicas para garantir as políticas públicas, o que implica transformações como a reversão das privatizações e o controle estatal de áreas estratégicas, como mineração, telecomunicações, portos e aeroportos, estatização do sistema financeiro, aprofundamento da reforma agrária.
As condições políticas estão no terceiro eixo. O quarto inclui a garantia e ampliação de direitos, entre os quais os direitos humanos, que o PCB considera ameaçados. O quinto e último eixo enfatiza a importância da articulação latino-americana e mundial com um conjunto de lutas no sentido da antiglobalização e da crítica ao capitalismo, e da defesa do meio ambiente.
Ao explicar o quinto eixo, Iasi falou sobre a situação atual na Faixa de Gaza, alvo de conflito entre israelenses e palestinos nas últimas semanas. O candidato destacou os mais de 1.800 palestinos mortos e a perda de 64 soldados e três civis israelenses. “Isso mostra a falência desta ordem mundial”, disse Iasi. ABr
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