Dilma admite 'delay' em pagamentos do PAC

Apesar de empresários de obras públicas reclamarem de atrasos no pagamento do governo federal nos empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme informou neste domingo, 24, jornal O Estado de S. Paulo, a presidente Dilma Rousseff tentou minimizar a questão, afirmando que há apenas um "delay" no repasse.
"Meu querido, vocês têm de mostrar e provar que tem atraso de tantos dias.
Porque tem hora que as afirmações nossas não chegam ao leitor. Nós afirmamos: não há esse atraso. O atraso que existe é o seguinte: até você empenhar, fiscalizar e pagar, tem um período, (o pagamento) não é automático", disse a presidente ontem, durante coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada.
"Você não sai pagando, então tem um 'delay'", prosseguiu. O dicionário Michaelis traduz a palavra da língua inglesa como "demora, paragem, detença, retardamento, atraso". O dicionário de Cambridge explica que "delay" é a "situação em que você tem de esperar mais que o esperado para alguma coisa ocorrer ou o tempo em que você tem de esperar".
O presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio, afirmou ao Estado ter recebido, de forma recorrente, reclamações pelo atraso no pagamento de obras do programa. De acordo com Amadio, o problema se agravou a partir de abril e há relatos de atrasos de "120 a 130 dias".
Habitação
As queixas mais comuns nos pagamentos são referentes a obras de saneamento e habitação, incluindo o programa Minha Casa Minha Vida, considerado uma das plataformas da campanha de reeleição da petista.
"Essa história dos pagamentos, eu posso afirmar pra vocês (dirigindo-se a repórteres), é sempre assim. Sempre foi assim, durante todo o período. Então, eu não entendo o que vocês levantam, e aí nós respondemos, vocês retrucam, e nós tornamos a responder. De agora até o final da eleição nós vamos continuar nesse diálogo", afirmou Dilma.
Segundo o Ministério das Cidades, há normalidade nos pagamentos de obras do PAC e "os recursos são liberados na medida em que as obras executadas são atestadas pelas instituições financeiras e o Boletim de Medição/Solicitação de Pagamento é encaminhado ao ministério".
Além dos atrasos apontados por empresários, o Tesouro Nacional é questionado por retardar repasses à Caixa para pagamento, inclusive, de programas sociais como forma de melhorar os balanços mensais das contas públicas. Economistas dizem que o governo não conseguirá cumprir a meta de superávit primário neste ano -a economia para pagamento de juros da dívida pública. AE
Share on Google Plus

About Jornalista Valéria Reis

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário