A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), aproveitou uma agenda pública nesta terça-feira para rebater as acusações de que teria recebido dinheiro do doleiro Alberto Youssef para antecipar pagamento de precatórios. "Estou indignada (com as acusações)", afirmou, ressaltando que vai tomar providências perante a Justiça para esclarecer o caso.
"Estou há quatro mandatos como governadora do Estado do Maranhão e desafio qualquer empreiteiro, qualquer empresa ou qualquer prestador de serviço a dizer aqui, a dizer a alguém que algum dia me deu algum recurso, algum dinheiro que possa ter me comprado. Porque eu não sou mulher que seja comprada. Eu sou mulher que tenho ideal: que é o meu Estado, que é o Maranhão", afirmou a governadora durante ato de entrega de 60 ônibus escolares para prefeitos dos municípios dos Estado, no Palácio dos Leões, na capital maranhense.
Em depoimento à Polícia Federal, a contadora Meire Bonfim da Silva Poza, suspeita de envolvimento no esquema desbaratado pela operação Lava Jato, ligou o doleiro Alberto Youssef, figura central das investigações, ao governo do Maranhão. Segundo ela, Youssef negociou diretamente, a mando das construtoras UTC e Constran, o pagamento de R$ 6 milhões em propinas para que o governo maranhense antecipasse o pagamento de um precatório de R$ 120 milhões que beneficiava as empresas.
Roseana disse ainda que não está na política para enriquecer e sim para ajudar os outros. "Eu estou na política não é para me locupletar. Eu estou na política é para ajudar os outros", afirmou. "Eu podia estar muito bem na minha casa, podia muito bem estar tomando conta da minha filha, dos meus netos, mas não, abdiquei disso tudo para estar com vocês nos interiores ajudando as pessoas, porque essa é a minha vida, essa é a missão que Deus me deu", completou.
A governadora atribuiu às acusações um caráter eleitoral. "Fico indignada e não vou admitir que meu nome seja colocado para poder ser manobra política - que está se aproximando aí as eleições." AE
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