Debate V

Segundo bloco
Na segunda parte do programa os candidatos tiveram que responder às perguntas de eleitores indecisos selecionados pelo Ibope. De acordo com o mediador do debate, os indecisos escreveram perguntas sobre 14 temas de interesse geral, e as questões "mais representativas "foram selecionadas, para que oito delas fossem sorteadas. O primeiro a perguntar foi um eleitor de São Paulo, um florista de 43 anos, a candidata do PT. 
"Qual será a sua política para quem mora de aluguel? Pois está cada vez mais difícil e muito mais caro alugar uma casa, os preços estão muito inflação da inflação. Moro há quinze anos e meu aluguel triplicou nos últimos quatro anos", questionou o eleitor para Dilma responder, Aécio fazer uma réplica e a candidata a tréplica.
Dilma comentou sobre O Minha Casa Minha Vida, que contempla quem quer ter e comprar um imóvel, com vários níveis de subsídio que não comprometem muito da renda, e garante vantagens como o seguro e um fundo garantidor. Prometeu ainda que, caso seja reeleita, fará mais 3 milhões de casas do Minha Casa Minha Vida, e reajustar as faixas de renda, em um movimento de ampliação. "Eu tenho certeza que você vai poder ser uma das pessoas contempladas, caso você seja sorteado, porque é um processo bastante democrático. Para impedir que haja uso político e manipulação,"
Aécio aproveitou, contudo, para ressaltar o "drama que milhões de brasileiros vivem" para pagar aluguel e ter a casa própria, indicando que a propaganda oficial estaria mentindo quando diz que foram entregues 3,5 milhões de habitações. Para Aécio, apenas metade foi entregue. Dilma explicou na tréplica 1,8 milhão de casas foram entregues, e 1,8 milhão de casas estão em construção.
Uma eleitora indecisa de Belém (PA) perguntou a Aécio sobre educação, ressaltando que, desde que se entende por gente, escuta os candidatos dizerem que vão transformar a educação e que vão valorizar o trabalho dos professores. Aécio disse que "se nós não enfrentarmos com coragem, não com promessas, mas com coragem a questão da baixíssima qualidade da educação no Brasil nós não vamos a lugar algum." Aproveitou para prometer que as creches que tiverem recurso público ficariam abertas até às 20h em seu governo, que os currículos do ensino médio seriam flexibilizados e a qualificação e remuneração dos professores, apoiadas. "Nós vamos revolucionar a educação no Brasil", prometeu. 
Dilma destacou seu compromisso com creche e pré-escola e as duas mil creches entregues e quatro mil que estão sendo construídas. "Se eu for eleita, eu vou construir mais tantas creches quantos forem necessárias, primeiro, para a gente universalizar de quatro a cinco anos a pré-escola e ampliar o número de crianças de zero a três (anos). Agora eu queria te dizer uma coisa, nós aprovamos uma lei no congresso, que dá 75% dos royalties e 50% do fundo social do pré-sal para a educação, para quê? Para pagar melhor o professor. É a condição para esse país ter educação de qualidade", destacou a presidente.
Aécio, então, afirmou que as 6 mil creches prometidas não foram construídas e criticou o fato de o PT não ter apresentado programa de governo.
Uma outra indecisa perguntou à Dilma sobre corrupção dizendo que a lei é muito branda para punir os corruptos. "Nós vamos ter um conjunto de medidas para que haja a punição daquele que foi o corrupto e o corruptor", alegou Dilma, que disse que propôs cinco grandes medidas de combate a impunidade: criminalizar o caixa, criminalizar o funcionário público corrupto, retirar bens de pessoas condenadas em atos de corrupção, agilizar o julgamento de crimes do colarinho branco, e criar um conjunto de leis que penalizem os corruptos. 
Aécio voltou a destacar que os brasileiros não "aguentam mais" novos casos de corrupção que não seriam punidos. Para Aécio, o PT não teria se preocupado com o "combate efetivo da corrupção" e a maior medida contra a corrupção, portanto, seria tirar o PT do poder. Dilma, em sua vez, destacou a prática do que o PSDB de "engavetar" denúncias. "Eu nunca compactuei com corrupção", alegou a petista.
Outra indecisa perguntou a Aécio o que fazer em relação as aposentadorias com o aumento do número de idosos. Aécio respondeu que iria rever o fator previdenciário, e propôs incluir cesta de medicamentos no valor das aposentadorias. Dilma afirmou que o fator previdenciário foi criado, justamente, pelo governo do PSDB, e defendeu uma conversa aberta com sindicatos para se chegar a um acordo. O tucano, então, alegou que o fator foi criado em um "momento de aguda crise" e que Lula teria impedido que ele fosse derrubado.
Terceiro bloco
Quando os candidatos voltaram a responder a perguntas entre si, Aécio iniciou novamente a rodada de questões, e falou de atrasos em repasses federais para a assistência social. Dilma respondeu então que não tem dúvida que o governo não atrasa programas sociais. "Nunca atrasou nem contingenciou", disse. O tucano insistiu que os repasses do Fundo Nacional de Assistência estão atrasados e que isto não aconteceria caso fosse presidente, e ainda que priorizaria o repasse de verba para as Apaes. Dilma destacou que R$ 5,9 milhões foram destinados às Apaes em seu governo, e destacou o programa Viver sem Limites, lançado pelo seu governo, que é o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Em sua vez de perguntar, Dilma salientou o problema com a falta de água em São Paulo, falando sobre a importância do planejamento e questionou se teria ocorrido algum erro. Aécio respondeu que o erro veio do governo federal e que o governo tucano em São Paulo teria procurado fazer o que estava ao seu alcance, já que não teria recebido o apoio da Agência Nacional de Águas. A petista alegou que a água é responsabilidade dos estados e que a União deve ser apenas parceira. 
Aécio também questionou a petista sobre a reforma política e voltou a afirmar que defende o fim da reeleição, salientando que 15 dos 39 ministros de Dilma estariam trabalhando na campanha. A petista, em sua vez, voltou a se comprometer com o fim do financiamento empresarial nas campanhas, igualdade entre homens e mulheres nas eleições e fim das coligações, e destacou que Aécio não teria interesse na reforma política.
Para Aécio, contudo, o PT não teria "autoridade" para falar em fim de financiamento de empresas, já que teria recebido R$ 80 milhões delas nesta campanha. Dilma não deixou, contudo, de criticar o financiamento empresarial. "O financiamento empresarial coloca dentro das campanhas o fator econômico."
A petista informou que o financiamento para a agricultura passou de R$ 30 bi para R$ 180 bilhões com o governo petista, e questionou Aécio sobre o setor. O tucano, porém, se limitou a dizer que o PSDB teria feito o maior programa de distribuição de renda, o Plano Real, e reforçou seu compromisso com o agronegócio. A petista disse que o PSDB "deixou a agricultura a pão e água", com financiamento a juros elevados e ausência de política de seguro e de assistência técnica aos agricultores. Aécio alegou que o PSDB criou o Pronaf e citou uma "guerra ao custo Brasil".
Aécio voltou a tocar na questão do mensalão no governo petista, fazendo Dilma destacar novamente que o mensalão tucano nem teve condenados, pois engavetava todos os processos. Quando Dilma destacou que "acreditou na gestão" de Aécio até ele transformar Minas no terceiro estado mais endividado do paí, o tucano voltou a destacar, como em debates anteriores, que a candidata "ofende a realidade de Minas Gerais".
Quarto bloco
Quando as perguntas voltaram para os eleitores indecisos, a primeiro voltou a ser direcionada a Dilma, quando uma eleitora comentou que há esgoto a céu aberto perto de sua casa. A candidata à reeleição explicou que faz parceiras com estados e municípios, em um investimento de R$ 76 bilhões, e prometeu "absoluta prioridade" com a questão, já que o avanço conquistado nos últimos quatro anos não foi suficiente. 
Quando Aécio disse para a eleitora indecisa que pretende desonerar as empresas de saneamento do PIS/Cofins, Dilma informou que o candidato tucano não poderia fazer, pois não é atribuição da União, que não se pode interferir, pois se configura um crime.
Um outro eleitor indeciso comentou que sua família foi forçada a sair de sua casa por causa do tráfico de drogas e da falta de segurança. Aécio voltou criticar a atuação nas fronteiras do país, que estariam desguarnecidas, e prometeu uma posição diferente com os países produtores de drogas, além de uma reforma no código penal para acabar com a impunidade. Dilma destacou um programa de maior fiscalização de fronteiras e a ajuda do governo a áreas como a Favela da Maré.
Uma outra eleitora questionou em seguida o que poderia ser feito para impedir que jovens entrem para o tráfico. Dilma cita investimento de R$ 17 bilhões no combate ao crime organizado e tráfico de armas, o Centro de Comando e Controle criado para a Copa, e disse que mudaria a Constituição para que o governo federal assuma responsabilidades na segurança. Aécio, por sua vez, destacou a importância de um mutirão de resgate e e propôs bolsa e poupança aos jovens que optam por ficar ou voltar à escola.
Questionado sobre a oferta de empregos para adultos mais velhos, Aécio salientou os problemas na indústria nacional e a confiança baixa dos empresário, que estaria impedindo a criação de empregos. Dilma salientou a carência de trabalhadores qualificados, e a importância de cursos de qualificação como os do Senai, completou. (VR, com agências)
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