No dia dedicado à Consciência Negra sete personalidades receberam, do
Senado, a Comenda Senador Abdias Nascimento. A honraria, criada para
agraciar personalidades que se destacaram na proteção e na promoção da
cultura afro-brasileira foi entregue ao ministro Benedito Gonçalves, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ); aos músicos Gilberto Gil e Martinho
da Vila, e à militante do movimento negro Edna Almeida Lourenço,
conhecida como Ekdje Edna de Oiyá.
Foram agraciados, também, o
ator Milton Gonçalves; o professor Silvio Humberto dos Passos Cunha, da
Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na Bahia; e in memoriam, o pescador Francisco José do Nascimento (1839-1914), conhecido como o Dragão do Mar, por sua luta abolicionista no Ceará.
A
senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o país parece enfrentar um
retrocesso em relação aos direitos humanos. Ela lembrou casos de injúria
racial no futebol, além de intolerância contra religiões de matriz
africana e assassinatos de negros.
"Para mim é também motivo de
orgulho duplo pois, por ser alagoano, é impossível de lembrar dessa data
sem saudar o quilombo de Palmares e Zumbi", disse o presidente do
Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) durante a sessão especial.
Na solenidade, Martinho da Vila cantou a música Kizomba, Festa da Raça e revelou um desejo: "sonho com o dia em que não haverá a necessidade de movimento negro no Brasil".
Os
avanços conseguidos no Parlamento de combate ao preconceito racial,
como o Estatuto da Igualdade Racial, foram destacados pelo senador Paulo
Paim (PT-RS). Apesar disso, o senador reconheceu que ainda há muitos
problemas no mercado de trabalho e na área de segurança a serem
superados.
"Apelo a todos, às autoridades, para unir forças para
acabar com o genocídio da juventude negra. Morrem quase três vezes mais
negros do que não negros. Chega! Não podemos permitir que o chicote de
ontem seja a bala de hoje", frisou o parlamentar.
Já a senadora
Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o país parece enfrentar um retrocesso
em relação aos direitos humanos. Ela lembrou casos de injúria racial no
futebol, além de intolerância contra religiões de matriz africana e
assassinatos de negros. ABr
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