Manifestantes em SP pedem água para estado e saída de Dilma

- Manifestações marcaram a tarde deste sábado em São Paulo, quando um grupo foi às ruas para protestar contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff, no último domingo, e outro se reuniu para pedir soluções para falta de água na região.
Aproximadamente três mil pessoas participaram de manifestação na Avenida Paulista contra a reeleição da presidente, por considerarem fraudulenta e um processo que "legitima a corrupção" no país.
Os manifestantes, convocados através das redes sociais por diferentes organizações, se concentraram no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e caminharam pela principal via da cidade. O grupo exigia a saída do governo do PT, e o acusa de montar uma rede de corrupção e que, com esta reeleição, somará 16 anos no poder.
Apesar dos movimentos que convocaram o ato o descreveram como uma manifestação contra a reeleição da chefe de Estado, alguns participantes exigiram a abertura de impeachment por acreditar que houve fraude na eleição. Outros, mais radicais, defenderam uma intervenção militar caso a presidente não renuncie ou seja destituída.
"Eleição de Dilma: a maior fraude da história", dizia um dos cartazes exibidos no caminhão de onde os líderes da manifestação gritavam para o público. Durante o ato foram registrados alguns incidentes.
"O povo não aguenta mais tanta corrupção e tantas promessas. Acho que temos que ir para a rua porque não basta estar nas redes sociais. É preciso mostrar ao governo a insatisfação e dizer definitivamente basta", disse à Agência Efe o comerciante Marcelo Rinaldi, um dos manifestantes.
Além de acusar o governo de fraudar as eleições, o que chegou a ser apresentado em recurso pelo PSDB recurso, que foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral, os manifestantes acusaram o PT de ter "montado um estado totalitário de esquerda no Brasil".
Entre os manifestantes estava o cantor Lobão, que chegou a ameaçar deixar o país caso Dilma fosse reeleita. Também esteve presente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC), que afirmou que seu pai, Jair Bolsonaro (PP), será candidato à presidência em 2018 para tentar acabar "com a ditadura do PT".
Outra manifestação em São Paulo foi pela falta de água, criticando a falta de atitude do governador reeleito Geraldo Alckmin em combater a crise hídrica da história do estado.
Cerca de 400 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, 1.500 segundo a organização, se reuniram à tarde no Largo da Batata e caminharam até a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O ato "Alckmin, cadê a água?" reuniu integrantes de diversos movimentos sociais e grupos da juventude do PSOL, assim como militantes de agrupamentos como Território Livre e Assembleia Nacional de Estudantes-Livre (Anel).
Os manifestantes, a maioria jovens, pediam uma solução para a falta de água no estado, e criticavam a reeleição do governador do PSDB.
"Queremos que o governo do estado se responsabilize por não ter investido para que tivéssemos água, para que pudéssemos lidar com esta seca", disse à Agência Efe o fotógrafo Diego Laist, um dos participantes.
No entanto, a reivindicação não foi dirigida unicamente contra o governador, mas também contra o executivo federal por não ter tomado medidas de prevenção.
"Também viemos falar da responsabilidade do governo federal, que aprovou leis que beneficiaram a população rural, mas que prejudicaram os mananciais", acrescentou Laist, que insistiu na necessidade de "reflorestar a Amazônia para que a água não evapore tão rápido". EFE
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