Dar efetividade a um canal permanente de comunicação com os municípios gaúchos foi um dos pontos firmados entre o governador eleito José Ivo Sartori (PMDB) e cerca de 50 prefeitos e vices, em reunião na manhã desta quinta-feira (20), na sede da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), em Porto Alegre. Em pouco mais de 40 minutos, o peemedebista ouviu de parte de 27 representantes das Associações Regionais dos Municípios, dentre elas, Fronteira Oeste, Carbonífera, Encosta Superior do Nordeste e Alto Jacuí, as dificuldades locais e de falta de infraestrutura que enfrentam.
O futuro governador apontou a questão federalista como um dos entraves para o avanço do desenvolvimento dos municípios, uma vez que a União concentra os recursos financeiros, sem o devido repasse para as prefeituras. “É no município que as coisas acontecem e é lá que a população vai cobrar, seja nas áreas da Saúde, Segurança ou Infraestrutura. Então, vamos ser parceiros dos prefeitos para enfrentar as dificuldades, mesmo que sejam feitos alguns ajustes fiscais pela União em razão do déficit financeiro”, prevê.
Ao longo de sua explanação, Sartori procurou não avançar em ações que possam comprometer o atual mandato de Tarso Genro. Adiantou, no entanto, que a construção interna do diagnóstico do Estado entre os grupos temáticos e o levantamento de informações junto à coordenação do grupo de transição e o Palácio Piratini transcorrem normalmente, e vão resultar no apontamento das reais necessidades a serem enfrentadas nos primeiros meses de Governo. “Vamos buscar alternativas que venham dar ao Estado uma maior potencialidade nas ações que atendam às necessidades das pessoas”, afirmou. Para que este trabalho seja mais efetivo, Sartori solicitou aos prefeitos a elaboração de um documento contendo as principais necessidades das regiões.
Além de assuntos como Consulta Popular, licenciamentos ambientais e proposta de desoneração de ICMS nas contas de municípios, constou na pauta da reunião da Famurs a questão da aproximação do Governo com as prefeituras, item bastante criticado pelos administradores na atual gestão. O presidente da Famurs, Seger Menegaz, prefeito de Tapejara, afirmou: “Os presentes acreditam em uma nova composição para discutir através de um diálogo permanente, de ferramentas e ter acesso a um canal para soluções de problemas que não são de agora”.
O governador eleito chamou a atenção para o fenômeno da migração populacional no e outras regiões para os centros urbanos com maior desenvolvimento no /estado, desprovendo as localidades de origem e aumentando a depressão econômica. “Me assusta este movimento das pessoas, por isso temos que valorizar os Coredes ou as Universidades Comunitárias, pois acredito que estrategicamente o desenvolvimento regional igualitário é importante para equilibrar nossa economia”, salientou Sartori.
A relação e a importância dos municípios para o desenvolvimento regional sempre acompanharam as premissas do futuro governador. Já nos primeiros dias da campanha eleitoral, em agosto, Sartori prestigiou reunião com as Associações Regionais de Municípios, ocasião na qual se encontrou pela primeira vez em período eleitoral com a então candidata do PP, Ana Amélia Lemos. Em outros momentos, voltou a participar de dois outros eventos. Em um deles, no 34° Congresso dos Municípios do Rio Grande do Sul, como candidato, quando ressaltou as dificuldades enfrentadas pelas prefeituras em consequência da escassez de repasse de recursos financeiros, a exemplo do que manifestou hoje. “Quem conhece o federalismo sabe que os municípios não são valorizados como deveriam ser. Essa realidade precisa ser mudada”, finalizou. Foto: Assessoria governador eleito José Sartori
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