O jornal britânico "Financial Times" cobrou da presidente Dilma Rousseff que ela explique "o que sabia" do esquema de corrupção na Petrobras e "quando soube" dele. Em artigo publicado na última sexta-feira, o jornal destaca que, apesar de não haver acusações de que Dilma estaria diretamente envolvida no esquema alvo da Operação Lava-Jato, ela deve explicações, já que fez parte do Conselho de Administração da estatal durante boa parte do período investigado. Ao se referir à diretoria da Petrobras, a publicação afirma que "o tempo para ser indulgente já passou".
No texto, intitulado "Limpando a bagunça na Petrobras", o "Financial Times" afirma que a empresa "representa o melhor e o pior do Brasil", referindo-se à competência técnica, de um lado, e à corrupção, de outro. "Isso não tem apenas consequências corporativas", ressalta o artigo, destacando que as denúncias também ameaçam a economia brasileira e o governo. "A Petrobras é grande demais para fracassar. Mas também é corrupta demais para continuar como está", argumenta.
Lembrando o fato de o ex-gerente Pedro Barusco ter se comprometido a devolver US$ 100 milhões aos cofres públicos, o artigo sublinha que as estimativas são de que US$ 20 bilhões tenham sido "roubados, desviados ou gastos em projetos que eram elefantes brancos, tão pobremente concebidos que até Hugo Chávez (ex-presidente da Venezuela) se recusou a investir neles".
Lembrando o fato de o ex-gerente Pedro Barusco ter se comprometido a devolver US$ 100 milhões aos cofres públicos, o artigo sublinha que as estimativas são de que US$ 20 bilhões tenham sido "roubados, desviados ou gastos em projetos que eram elefantes brancos, tão pobremente concebidos que até Hugo Chávez (ex-presidente da Venezuela) se recusou a investir neles".
Também são lembradas as acusações de que dinheiro desviado no esquema teria sido usado "para adoçar aliados" e "financiar as campanhas de Dilma à Presidência". O escândalo de agora "sucede o do mensalão, (...) que levou à condenação de políticos veteranos pela primeira vez no Brasil", diz o "Financial Times", para concluir: "Com a Petrobras, no entanto, a resposta precisa ser mais rápida e mais firme". (O Globo)
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