Deputado do PP citado na Lava-Jato chora e diz que o partido acabou

Deputado do PP citado na Lava-Jato chora e diz que o partido acabou Mauricio Tonetto/Agência RBS
Goergen não definiu se seguirá na política depois dos desdobramentos da Lava-JatoFoto: Mauricio Tonetto / Agência RBS
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP) anunciou, ontem, em seu escritório em Porto Alegre, que irá interpelar judicialmente Alberto Youssef por ter sido citado pelo doleiro como um dos beneficiados no esquema de corrupção da Petrobras. O parlamentar pediu licenciamento da legenda para se defender da acusação e sustentou que não tem qualquer envolvimento com os desvios revelados pela Operação Lava-Jato.
Ele chorou e disse que seu nome foi vinculado à propina no momento em que era deputado estadual, o que lhe causou estranhamento, já que o esquema abrangeria somente lideranças federais. Mas Youssef não deixa isso claro nas delações e fala em uma fraude ampla, que envolveria diversas esferas do poder.
— É colocado o meu nome como recebedor, mas eu nem estava lá (em Brasília) na época. Estou respeitando o Rio Grande do Sul ao me licenciar. Houve uma citação e eu quero que agora o doleiro apresente provas. Até que se entenda o que acontece, é um choque. Provar a inocência é o desafio da minha vida.
 Jerônimo Goergen não definiu se seguirá na política depois dos desdobramentos da Lava-Jato, e entende que o Partido Progressista "acabou" devido às revelações da operação. Ele lembrou que a sigla já havia sofrido um duro golpe com a Operação Rodin — que apurou fraude no Detran gaúcho —, e que as esperanças em renovação no PP quase não existem mais.
 — Eu acho que o partido acabou. Somos muito desunidos. Essa prática(corrupção) ocorreu no PP, aí está o mensalão, mas eu vejo com estranhamento o fato de o meu nome ser relacionado justo agora em que estou num enfrentamento nacional (com o Executivo e com a direção do PP).

 Na delação premiada de Youssef, Goergen aparece no seguinte trecho: "Que havia outros deputados do PP, cuja posição era de menor relevância dentro do partido, que recebiam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil por mês; que dentre os deputados que tem certeza que receberam estão Jerônimo Goergen (entre outros)".
— Leva a crer que ele fala da bancada federal. Não sei. Sobre as mesadas, uma hora ele cita R$ 10 mil, outra, R$ 30 mil. Eu não o conheço, não o conheço.
O parlamentar afirmou também que está com os sigilos fiscal, bancário e telefônico abertos ao Ministério Público Federal (MPF) para novas investigações. (ZH)

Share on Google Plus

About Jornalista Valéria Reis

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário