O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse hoje (27) que o governo promoverá um “diálogo mais profundo e mais próximo” com o Congresso Nacional no segundo semestre, mas fará o “embate político” nas votações para defender seus interesses, inclusive em temas da chamada pauta-bomba, que reúne temas considerados delicados pelo governo.
Na lista de assuntos sensíveis para o Palácio do Planalto, estão projetos como o que aumenta o reajuste do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O governo precisa garantir a aprovação do projeto que reduz as desonerações da folha de pagamento de empresas e poderá enfrentar a possível derrubada de vetos presidenciais, entre eles o que negou reajuste de até 78% para servidores do Poder Judiciário.
“Vamos para o embate político do voto dentro do Congresso Nacional, por isso, temos o trabalho de articulação política; por isso, estamos com o processo de convencimento”, disse o ministro após reunião de coordenação política comandada pela presidenta Dilma Rousseff. Padilha é um dos principais articuladores políticos do governo.
Padilha argumentou que a eventual aprovação de medidas da pauta-bomba poderá desencadear consequências negativas não só para o atual governo, mas para a sustentabilidade das contas do país.
“Não conseguimos separar o efeito apenas sobre o governo, porque o governo de hoje pode ser a oposição de amanhã, e os efeitos dessas bombas podem ser consumados por muito tempo. Temos que ter essa responsabilidade”, ponderou.
O ministro minimizou as divergências entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou o rompimento formal com o governo. Ele disse que a posição do parlamentar é pessoal, e não institucional. “Não vi nenhuma declaração dele que pudesse sair desse alinhamento de manter relacionamento institucional. Eu confio no Cunha, sei que ele vai agir corretamente”, avaliou. ABr
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