Durante acareação, ontem, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa reafirmaram ter sido feito pagamento de R$ 10 milhões para evitar uma CPI no Congresso, em 2009.
Segundo os delatores, a propina foi paga para esvaziar uma comissão parlamentar criada para investigar a Petrobras. Segundo Youssef o valor de R$ 10 milhões foi pago pela empreiteira Camargo Correia ao então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), morto em 2014.
Costa acrescentou que foi procurado por Sérgio Guerra e pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) para tratar do pagamento, que seria destinado a “abafar” a CPI.” Da minha parte, posso dizer que eles receberam”, disse.
O deputado Leo de Brito (PT-AC) aproveitou a revelação para questionar a oposição que, um pouco antes, havia perguntado a Youssef e a Costa sobre o suposto repasse de R$ 2 milhões para a campanha da presidenta Dilma Rousseff, em 2010. Brito chamou a pergunta de “esforço descomunal” para envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma nas denúncias.
“Queremos saber se vão utilizar [a oposição] dois pesos e duas medidas. Eu quero saber onde foram parar os R$ 10 milhões usados para barrar a CPI da Petrobras. Essa é uma pergunta que devemos fazer?”, questionou Brito. “Queremos saber se o dinheiro foi para o partido [PSDB], se ele estava envolvido”, complementou.
Durante a acareação, os depoentes confirmaram também o pagamento de R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2010, proveniente do esquema de propina na Petrobras.
Youssef disse que fez o repasse do dinheiro a pedido de Costa e confirmou a informação. Costa nega, mas admite que houve o repasse. “Já participamos de uma acareação em Curitiba e há realmente uma contradição nesse ponto, mas o importante é que o dinheiro foi integralmente pago”, disse Costa.ABr
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