A segunda edição do Fórum Itinerante do Agronegócio Brasileiro ocorreu neste ano durante a 38ª Expointer, em Esteio. O evento, nesta quarta-feira (2), reuniu três ex-ministros da Agricultura para discutir o atual cenário e as perspectivas para o segmento em âmbito nacional. Empresários, investidores, produtores, acadêmicos, formadores de opinião e representantes de entidades ligadas ao setor assistiram ao debate. Participaram Alysson Paolinelli (à frente do Ministério de 1974 a 1979), Francisco Turra (1998 a 2000), e Roberto Rodrigues (2003 a 2006).
O governador em exercício do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, abriu o evento e fez um reconhecimento do trabalho realizado pelos ex-ministros. “Desempenharam um papel fundamental na história da agropecuária brasileira”, afirmou Cairoli, destacando o setor como o responsável pelo desenvolvimento sustentável do país.
O secretário da Agricultura e Pecuária do RS, Ernani Polo, mostrou-se otimista quanto ao cenário atual. “Alguns fatores resultam em saldos positivos para o setor agropecuário gaúcho e brasileiro. Mas é preciso investir em experiências que façam o setor avançar. É necessário buscar novas alternativas para aumentar e potencializar a produção de alimentos."
Roberto Rodrigues iniciou sua manifestação com tom positivo. “Precisamos olhar para frente. E ter em mente que a agropecuária é o setor que salva o Brasil. Do contrário, há mais de uma década o país estaria com saldo negativo. E esse protagonismo não vai mudar a curto prazo”, enfatizou. Porém, acrescentou que "existe uma grande demanda para a produção de alimentos e falta uma estratégia consistente e adequada". Conforme o ex-ministro, "é a agricultura que vai levar o Brasil a ser campeão mundial de segurança alimentar”.
Atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Anaimal (ABPA), Francisco Turra falou sobre o desenvolvimento do setor agropecuário no país. “O Brasil cresceu muito e rapidamente. Em produtividade, foi o dobro do que os Estados Unidos. Há espaço para nós, porque temos muitos pontos favoráveis, como solo, clima e água", afirmou. "Nesses últimos tempos, visualizamos grandes oportunidades para o setor da proteína animal, por exemplo. Entretanto, precisamos trabalhar sob uma nova perspectiva, com agregação de valor, através da transformação da matéria-prima. Nesse aspecto, não estamos fazendo o dever de casa”, alertou.
Para Alysson Paolinelli, o conhecimento é a chave para o futuro do Brasil. “Temos hoje uma diversidade de produção de riquezas reais no país. Em menos de 20 anos, nos deparamos com uma nova agricultura e temos espaço e condições para crescer. Mas é necessário investir em ciência e tecnologia. As universidades são responsáveis pelo repertório do conhecimento que o Brasil precisa. Só a ciência e a tecnologia irão garantir a nossa sobrevivência”, concluiu Paolinelli.
O fórum encerrou-se com uma rodada de perguntas aos painelistas. Questões como o papel da diplomacia para a abertura de novos mercados, crédito a produtores rurais e os efeitos da corrupção e da má gestão no setor primário foram abordadas pelos participantes. Foto: Expointer
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