Por medo de manifestações, Assembleia Legislativa gaúcha tem entrada restrita nessa segunda-feira

 A um dia da votação do aumento de ICMS, o acesso da população às dependências da Assembleia Legislativa gaúcha já está restrito nessa segunda-feira. Com isso, somente trabalhadores da própria Assembleia Legislativa, deputados e imprensa credenciada podem circular nos espaços do legislativo. Extraoficialmente, a informação é de que a medida foi tomada pela presidência da Casa por receio de que os servidores realizem manifestações ou iniciem uma ocupação.

“Todos os cuidados que a gente está tendo são para zelar pela integridade física de todos. Quem quiser vir se manifestar, venha. Mas na democracia temos regras e não podemos ultrapassar o limite dos outros”, afirmou o presidente da Assembleia, Edson Brum, questionado sobre a medida em entrevista ao programa Esfera Pública.
Entretanto, a postura da presidência do parlamento gaúcho desagradou aos líderes sindicais. “A gente estranha e fica indignada porque deveria ser a casa do povo. Mas eu também estranho que os deputados aceitem passivamente, que infelizmente neguem o acesso às suas bases. É importante que a sociedade veja isso porque eu acho que temos que qualificar um pouco mais o nosso parlamento”, ponderou a presidente do Cpers, Helenir Schürer.
Luciana Genro, candidata à presidência da República em 2014 e agora assessora do deputado estadual Pedro Ruas (PSol), foi uma das que questionou a medida nas redes sociais. “Estou indignada e impedida de fazer parte do meu trabalho que é conversar com pessoas que não são funcionárias da Casa! Inaceitável isso!!”, disse.
A medida é tomada uma semana após a Assembleia viver dois dias de excepcionalidade: na última terça-feira os servidores impediram que deputados e servidores ingressassem no parlamento. A votação do projeto que instituiu a previdência complementar acabou adiada para o dia seguinte devido à ação dos manifestantes. Na quarta-feira, o presidente da Casa, alegando falta de segurança, proibiu o acesso da população às galerias do Plenário, onde os deputados acabaram aprovando a medida, segundo informações da Rádio Guaíba.
 
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