A presidenta Dilma Rousseff publicou hoje (1º) um artigo no jornal Folha de S.Paulo, no qual faz um balanço do que considera positivo em 2015 e critica setores da oposição que, segundo ela, não aceitaram o resultado das urnas. Apesar do pedido de impeachment aceito contra ela na Câmara dos Deputados, a presidenta afirmou que não alimenta “mágoas nem rancores”.
"Sei que as famílias brasileiras se preocupam com a inflação. Enfrentá-la é nossa prioridade. Ela cairá em 2016, como demonstram as expectativas dos próprios agentes econômicos."
No artigo, a presidenta informou que, mais do que um balanço, pretendia falar da “confiança” no futuro, de sua “crença no Brasil e na força do povo brasileiro”. “Revendo minhas responsabilidades nesse ambiente de dificuldades, vejo que nossos erros e acertos devem ser tratados com humildade e perspectiva histórica. [...] Estou convicta da nossa capacidade de chegarmos ao fim de 2016 melhores do que indicam as previsões atuais.”
Para o ano que se inicia, Dilma prometeu construir uma proposta de reforma previdenciária, com a preservação de direitos adquiridos. “Em 2016, com o apoio do Congresso, persistiremos pelos necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal.”
Diferentemente do que costuma fazer nos fins de ano, desta vez Dilma não gravou um pronunciamento à Nação para ser exibido em cadeia nacional de rádio e televisão. No início do texto, ela citou a necessidade de haver uma reflexão sobre “erros e acertos” de decisões e atitudes, acrescentando que 2015 foi “um ano muito duro”.
“Tivemos também a instabilidade política, que se aprofundou por uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não aceitaram o resultado das urnas e tentaram legitimar sua atitude pelas dificuldades enfrentadas pelo país”.
Segundo a presidenta, o projeto será construído em diálogo com trabalhadores e empresários. Afirmou que as expectativas de quem está no mercado de trabalho devem ser respeitadas, “de forma efetivamente sustentável”.
Além disso, a presidenta adiantou que vai convocar o Conselho de Desenvolvimento Social para discutir reformas para o sistema produtivo, em especial no aspecto tributário. “Não basta apenas a modernização do nosso parque industrial. É fundamental continuarmos investindo em educação, formação tecnológica e científica.”
As operações anticorrupção, que tornaram as instituições “mais robustas e protegidas”, também foram citadas por Dilma, que defendeu sua continuidade, desde que assegurados o amplo direito à defesa e a punição dos responsáveis, “sem destruir empregos e empresas”.
A presidenta também reafirmou sua “determinação” pela reforma administrativa que iniciou, gastando de forma racional os recursos públicos.
Ao longo do texto, Dilma destacou alguns fatores que, segundo ela, fizeram com que a “realidade brasileira” de hoje fosse diferente de outras crises econômicas do país no passado, entre eles a sexta maior reserva internacional do mundo, recuo no déficit em transações correntes, manutenção de investimentos em programas como Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família, oferta de vagas no Pronatec e concessões de rodovias, portos, aeroportos e no setor de energia.
De acordo com a presidenta, em 2015 houve uma exigência “como nunca” das instituições democráticas brasileiras, que “responderam às suas responsabilidades, preservando a estabilidade institucional do Brasil”.
"Todos esses sinais me dão a certeza de que teremos um 2016 melhor. Mesmo injustamente questionada pela tentativa de impeachment, não alimento mágoas nem rancores. O governo fará de 2016 um ano de diálogo com todos os que desejam construir uma realidade melhor." Para Dilma, o Brasil é “maior do que os interesses individuais e de grupos”. ABr
0 comentários:
Postar um comentário