Wanderley Soares, uma vida dedicada ao jornalismo

Foto:Arquivo Pessoal
Filho de um tipógrafo, com dois irmãos fotógrafos, Wanderley Soares teve em casa as primeira lições de jornalismo.
Começou ainda adolescente como office-boy em O Estado do Rio Grande, o jornal do então Partido Libertador (PL).
Por indicação do irmão, Valdomiro, tornou-se repórter policial da edição gaúcha da Última Hora, a rede de jornais populares fundada por Samuel Wayner.
Em 1964, quando se deu o golpe militar a Ultima Hora de Porto Alegre, que apoiava Jango e Brizola, foi invadida pela polícia. Ele e vários colegas tiveram que fugir para escapar da prisão.
Quando o jornal foi definitivamente fechado, ele se transferiu para a Zero Hora, que surgiu meses depois para ocupar o espaço da Última Hora, mas com uma linha editorial favorável ao novo regime.
“Eu estava na última edição da Última Hora e na primeira edição da Zero Hora”, costumava dizer.
Foi editor também na Folha da Tarde, na Folha da Manhã, e ultimamente colunista do jornal O Sul, sempre na área policial.
Há poucos dias, conversando com colegas na Associação Riograndense de Imprensa, dizia que tivera “o privilégio de trabalhar na Zero Hora pobre, na Caldas Junior rica, na Caldas Junior pobre e na Zero Hora rica”.
Jornal pobre, jornal rico, em qualquer circunstância Wanderley Soares manteve uma rigorosa conduta ética.
Desde o início, num tempo em que os repórteres muitas vezes se confundiam com os policiais, cultivou um distanciamento crítico, evitando ter a autoridade como a única fonte dos fatos que noticiava.
O texto preciso e direto e uma visão abrangente das questões de segurança, essa era sua marca registrada.
É uma voz lúcida que se cala, num momento em que o Porto Alegre vive um colapso na segurança pública.
Wanderley Soares morreu na tarde de sexta- feira, 4 de março, ao 76 nos.
Seu corpo foi velado no Crematório Metropolitano de Porto Alegre,  onde foi cremado às 10 h de sábado. Fonte: Jornal Já
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