O chamado presidencialismo de coalizão, vigente no Brasil, está completamente exaurido e um dos grandes responsáveis por seu esgotamento é o próprio PT, disse o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que defendeu uma reforma célere do atual sistema político, em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil.
“Naturalmente que temos que reformar esse sistema, porque da forma como nós vivemos hoje, esse modelo está inteiramente esgotado”, afirmou o senador que admitiu que o partido perdeu a oportunidade de aprovar mudanças importantes quando tinha mais apoio no Congresso: “no momento em que nosso partido era mais forte, tinha maior base de sustentação na sociedade e no Congresso, nós evitamos fazer essa mudança”.
Para Costa, a eleição de um presidente sem garantia de maioria em um Congresso com dezenas de partidos resulta em negociações políticas pouco republicanas. "O PT facilmente se amoldou a esse desenho, preferiu se enquadrar nas formas de fazer política que já existiam a insistir em uma nova maneira, sobretudo no que diz respeito à constituição de uma reforma política”, disse.
Na entrevista que foi ao ar ontem (12) à noite, o senador admitiu ainda que cabe a seu próprio partido e ao governo petista boa parte da culpa pela crise política vivida agora, devido à insistência em erros de condução política.
“Nós não precisávamos ter chegado a isso, nós tínhamos ampla condição de, pelo diálogo político, não precisar viver a situação em que hoje estamos, lutando para termos 200 votos”, disse Costa. “Cometemos muitos erros, falhamos em manter esse diálogo permanente, erramos na relação com o Congresso Nacional, erramos na relação com nossa base social.”
Para o senador, no entanto, a saída para a crise política não é o impeachment ou novas eleições, mas respeitar o resultado das urnas de 2014. Humberto Costa acredita, no entanto, que caso sobreviva, tanto Dilma como o PT terão que mudar.
“Independentemente do que venha a acontecer no próximo domingo, o PT precisa se reformar, se modificar, ter uma nova maneira de fazer politica”, disse Costa, em referência ao processo de impeachment de Dilma no plenário da Câmara, previsto para ter a admissibilidade votada no domingo (17).ABr
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