Grupos contra e a favor do impeachment vão às ruas neste domingo

Oitenta dias após o Senado deflagrar o processo de impeachment e afastar a presidente Dilma Rousseff, grupos pró e contra a petista voltam às ruas neste domingo. As manifestações irão acontecer nas principais capitais do país e em algumas cidades do Interior. Em Porto Alegre, há atos previstos na Redenção e no Parcão, ambos a partir das 14h, mas sem expectativa de arrastar multidões.
O maior número de pessoas é esperado na Redenção, onde mais de 40 entidades, entre centrais sindicais, partidos de esquerda e movimentos sociais irão protestar contra o presidente interino Michel Temer e pedir o retorno de Dilma. Haverá apresentações culturais e um revezamento de oradores no carro de som em frente ao Monumento ao Expedicionário, mas o Bloco da Diversidade, responsável pelo tradicional coxinhaço nos eventos vinculados ao PT, não irá comparecer. Organizado pela Frente Brasil Popular e pelo movimento Povo Sem Medo, a manifestação tem o objetivo de denunciar o que consideram políticas restritivas de direitos conduzidas pelo governo provisório.
— Vamos para a rua mostrar que o governo golpista, que não foi eleito pelo voto popular, está reduzindo os direitos dos trabalhadores, com as propostas de reformas trabalhistas e da Previdência. Pode ser o primeiro passo para a convocação, no futuro, de uma greve geral — afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado (CUT-RS), Claudir Nespolo.
 No Parcão, estarão reunidos os manifestantes anti-PT. O protesto havia sido marcada há quase dois meses pelo Movimento Brasil Livre (MBL), mas o adiamento da votação final do impeachment no Senado — que deve ser realizada somente no final de agosto — levou a organização a abandonar o ato. O grupo La Banda Loka Liberal, que animou praticamente todos os protestos contra Dilma, também não está encabeçando a mobilização. De acordo com um dos coordenadores nacionais do MBL, Renan Santos, apenas 20% das células da entidade em todo o país irão às ruas no domingo.
— A mobilização está menor, os estudantes recém estão retornando das férias. Preferimos deixar para fazer um ato maior no dia 21 de agosto, mais perto do julgamento definitivo do impeachment. Por isso não é um evento oficial do MBL. Mas isso não impede que nossos simpatizantes participem — diz Renan.
Mesmo sem a coordenação do MBL, o evento será realizado em Porto Alegre e em outras 10 cidades gaúchas por outras organizações, como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Melhor (MBM). Segundo o cientista político Paulo Moura, do MBM, a convocação para o ato já começou nas redes sociais e que a partir desta quarta-feira serão distribuídos panfletos pelas redondezas do Parcão. Moura admite que muitos entusiastas do Fora Dilma estão desmobilizados, mas há outras pautas do movimento que precisam de pressão popular.
— Muitos políticos com mandato não serão julgados pelo juiz Sergio Moro, mas sim pelo Supremo Tribunal Federal. Precisamos ficar atentos aos projetos como o que pune o abuso de autoridade ou o que proíbe a delação de réus presos. O PMDB foi sócio do desastre promovido pelo PT. Por isso, é importante marcar presença na rua — justifica Moura.
Manifestações na Capital
Ato Fora Temer
Onde: Redenção
Quando: domingo, 31/07, às 14h
Ato pelo impeachmentOnde: Parcão
Quando: domingo, 31/7, às 14h
O calendário do impeachment
Terça-feira — 2 de agosto

O relator da Comissão Especial do Impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), irá ler seu relatório. O teor ainda não foi divulgado, mas Anastasia irá afirmar que a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade.
Quarta-feira — 3 de agosto
A comissão volta a se reunir, desta vez para discutir o relatório. Será uma sessão tumultuada, com os senadores contra e a favor do impeachment esgrimindo argumentos em torno do parecer do relator.
Quinta-feira — 4 de agosto
Em votação por maioria simples, os 21 titulares da comissão decidem pelo arquivamento da denúncia ou pela pronúncia da presidente afastada. Seja qual for o resultado, o parecer deverá ser remetido para apreciação pelo plenário do Senado.
Sexta-feira — 5 de agosto
Antonio Anastasia lê o relatório no plenário do Senado.
Terça-feira — 9 de agosto
Sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, o Senado começa a discussão e votação do relatório, novamente por maioria simples. Se o texto for rejeitado, a presidente Dilma retorna ao cargo. Caso seja aprovado, será aberto prazo para alegações finais da defesa e acusação e marcada uma data para o julgamento definitivo da petista, o que deve ocorrer no final de agosto.
Fonte: Zero Hora
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