A nova primeira-dama de São Paulo, a artista plástica Bia Doria, de 56 anos, se diz próxima do povo, uma espécie de Evita Perón paulistana. Uma das 11 filhas de uma família que tinha uma fábrica de vassouras em Santa Catarina, ele afirma que seu trabalho a põe em em contato direto com pessoas humildes.
"Sempre me senti uma Evita Perón, porque eu sou mais do povo, eu me sinto do povo", disse ela ao jornal Folha de S. Paulo. Bia é casada com João Doria há mais de 20 anos e é e mãe de seus três filhos. "Eu me dou muito bem com pessoas mais humildes. Às vezes é só um aperto de mão, às vezes elas querem um abraço. É tão pouco o que elas querem", conta.
Bia produz esculturas em madeira, mármore e bronze de até 20 toneladas em seu ateliê, localizado na Vila Nova Conceição. A futura primeira-dama não tem costume de explorar muitos bairros da capital paulista, mas defende igualdade.
"No Morumbi tem aquela favela, né? Paraisópolis. Ali é a Etiópia, mas eles respiram o mesmo ar, sentem o mesmo frio que a gente. Essa desigualdade tem que diminuir. Não adianta ter uma funcionária que chega no ateliê e tem problemas de nutrição".
A artista se orgulha de ter dado uma vida melhor aos funcionários que trabalham com ela. "Todos moravam em barracos e nem tinham dentes. Consegui casa para todos eles, dei dentes para eles, dei um plano de saúde bom. Hoje eles se sentem felizes, até se acham artistas porque são meus assistentes."
"Imagina como eu ficaria feliz se chegasse uma arrumadeira já sabendo fazer as coisas. Pouquíssimas delas sabem, a não ser as que já passaram por várias casas, mas aí elas vêm cheias de manias", diz.
Confiante, Bia chegou a apostar que o marido seria eleito no primeiro turno. Apostou R$ 5 mil contra R$ 100 de um dos filhos, que achava que pai não se elegeria. Ele defende uma cidade com mais parques e praças que tenham esculturas, mas não que sejam as dela. "Isso não vai acontecer, porque o João é uma pessoa muito correta", diz. "Se for para colocar esculturas, vão ser de outros artistas, porque senão seria... Como chama isso? Nepotismo?", disse.
Crítica do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, Bia diz ter chorado no dia em que o petista se elegeu. Fiquei muito triste quando o Lula se elegeu. Até chorei no dia em que ele tomou posse porque tinha certeza que eles iam desfalcar todas as empresas como fizeram", diz Bia. "Quando Eduardo Cunha levantou a hipótese de impeachment, dei graças a Deus. Não defendo o Cunha, mas ele tem atitude."
Ainda em dúvida sobre o modelito para a posse, ela disse que não pretende destoar de seu estilo na cerimônia. "Eu me sinto poderosa porque me dou bem na favela e me sinto bem de salto alto num jantar chiquérrimo da sociedade com talher de prata. Se me der uma enxada, eu me saio muito bem. Se me der um salto alto, também me saio muito bem". (Notícias ao Minuto)
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