O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu nesta quinta-feira, 1, a
sessão de debate sobre o projeto que trata de abuso de autoridade, com a
presença do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato em 1ª
instância e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que também
preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No início do discurso, Renan
defendeu o consenso e "as soluções negociadas". Publicamente
favorável ao projeto, ele manteve postura institucional durante a sua fala,
como haviam antecipado seus assessores. Ao lado de Moro, Renan fez uma ampla
defesa do projeto que trata de abuso de autoridade e defendeu que a proposta é
“amena”.
Segundo
ele, o projeto não visa punir “autoridades”, mas sim o “abuso”. “Lançar mão do
abuso de autoridade para desvendar crimes é psicopatia”, disse. O presidente do
Senado defendeu ser “equivocado navegar em águas das teorias conspiratórias”
quando se debate o assunto.
Renan
afirmou que o projeto está em debate desde 2009 e que a representação da
proposta foi feita “às claras, a céu aberto”. “O Congresso não pode ser omisso
neste momento histórico”, afirmou. Segundo ele, o Senado está aberto a
sugestões, mas tem de se posicionar porque não pode ter “conivência com
atentados à liberdade”.
"O
consenso supera o confronto, a concórdia prevalece sobre o dissenso. As
soluções negociadas para as divergências são sempre possíveis, por mais
distantes que possam parecer", discursou Renan. "Nas mais variadas
vertentes da vida, existe espaço para a convergência de opiniões".
"O
diálogo é sempre preferivel à hostilidade", disse Renan, que ainda citou
Tancredo Neves para dizer: "Não são os homens que brigam, são as
ideias".
Ele, que
é alvo da Lava Jato, também afirmou considerar as investigações “sagradas”,
pois a operação “pode contribuir para o fim da impunidade, que é uma grande
chaga”.
O debate
sobre o projeto ocorre um dia depois de o Senado tentar votar a toque de caixa
o pacote anticorrupção aprovado pela Câmara e que desagradou a força-tarefa da Lava
Jato.
Também
participam do debate o juiz federal Silvio Luis ferreira da Rocha, da Justiça
Federal de São Paulo, e o senador Roberto Requiao (PMDB), relator do projeto
sobre abuso de autoridade. (Estadão) Foto: Dida Sampaio/Estadão
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