O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, crê que anúncio do prefeito eleito Nelson Marchezan feito na última segunda-feira sobre a prorrogação e aumento no Imposto Territorial Urbano (IPTU) faz parte de uma estratégia para que o novo grupo político que irá administrar o município seja considerado “o salvadores da pátria”. O mandatário se disse surpreso com a decisão, que considera contraditória com os discursos de Marchezan, e lamentou a atitude que traz confusão para os contribuintes, além de criar dificuldades para o pagamento dos salários de dezembro. Fortunati concendeu entrevista nesta terça ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.
“Estranhei ao ouvir a entrevista do prefeito eleito dizendo que não podia abrir mão de receitas do seu governo. A pergunta que fica é, a cidade vai mudar a partir do dia 1º de janeiro? Os servidores serão outros? As obrigações da prefeitura serão outras? O que muda é a administração. Os compromissos são os mesmos. Qual a vantagem de não pagar os salários agora e postergar para janeiro? Deixar servidores insatisfeitos e fazer eles pararem suas atividades? Na verdade, o prefeito eleito quer criar um clima de constrangimento para dizer que ele será o salvador da pátria”, declarou Fortunati.
O atual prefeito garantiu que a transição tem transcorrido em alto nível e que tem cedido todas as informações requeridas pela equipe do eleito. Fortunati voltou a afirmar que a antecipação proposta por ele está ancorada pelas consultas que fez ao Tribunal de Contas do Estado, ao Ministério Público e as derrotas que a futura administração teve ao tentar impedir na Justiça a antecipação. Além do mais, o mandatário acredita que as contas do município, em comparação com outras cidades, estados e com o país, estão em boa situação.
“A equipe dele vinha dizendo… Na última vez que tive na Rádio Guaíba, falei que estava vendo os cavaleiros do apocalipse vendendo nas sobras, até em função de uma nota na coluna da Taline Opptiz, estavam vendendo a ideia de que havia um caos financeiro na prefeitura para a partir do dia 1º de janeiro viriam os salvadores da pátria. Vamos fazer uma prestação de contas na sexta-feira e podem ter certeza, comparativamente com o que temos no país, é uma situação boa. Tranquila, não, pois estamos em uma crise sem precedente no país”, afirmou o prefeito.
Fortunati ainda lembrou que a atitude de antecipar recursos não é exclusividade de Porto Alegre, onde a estratégia é repetida há 28 anos. O atual prefeito citou como exemplo o colega Eduardo Leite (PSDB), de Pelotas, que recorreu o método para quitar os compromissos salarial de dezembro.(Correio do Povo/Radio Guaiba/Foto: Ricardo Giusti
0 comentários:
Postar um comentário