Havana- Raúl Castro, que hoje deixa a Presidência de Cuba após 12 anos, “vai liderar as decisões de maior transcendência para o presente e o futuro da nação”, afirmou seu recém designado sucessor, Miguel Díaz-Canel, no seu primeiro discurso como governante.
Diante da Assembleia de Cuba (Parlamento unicameral), Díaz-Canel deixou claro que, embora Castro esteja saindo da linha de frente política, já que também não fará parte do renovado Conselho de Estado, sua opinião vai continuar tendo um enorme peso para o novo Governo.
Castro, que foi reeleito deputado nas eleições gerais de março e foi o candidato mais votado do país, recebeu de pé e muito sorridente uma ovação dos mais de 600 deputados do Parlamento cubano.
O novo presidente, considerado um discípulo de Castro, dedicou uma considerável parte do seu primeiro discurso a reconhecer o legado do já ex-presidente durante seus dois mandatos.
“Com firmeza, sem apego aos cargos, com serenidade, maturidade, confiança e firmeza revolucionária, se mantém por legitimidade e mérito próprio à frente da vanguarda política”, afirmou Díaz-Canel em referência à permanência de Raúl Castro à frente do Partido Comunista de Cuba (PCC, único legal) até o próximo congresso da legenda, em 2021.
Antes, o novo presidente tinha reivindicado o papel do PCC como único partido que “não nasceu da fratura ou atomização de outros” e “digno herdeiro da confiança depositada pelo povo em seus líderes”.
Castro, segundo Díaz-Canel, “assumiu a direção de Cuba em uma difícil conjuntura econômica e social e como estadista liderou, impulsionando e estimulando profundas mudanças estruturais e conceituais” dentro do processo de atualização do modelo socialista do país.
“É o melhor discípulo de Fidel, mas também contribuiu com valores ao trabalho revolucionário, ao partido e ao aperfeiçoamento do Governo”, disse Díaz-Canel.
O novo presidente enfatizou a “obra colossal” de Raúl Castro à frente de Cuba e seu “fundamental legado de resistência diante das ameaças e agressões”, bem como seu empenho em orientar e alertar “sobre qualquer erro ou deficiência”.
Também destacou a “firmeza, dignidade e resiliência” com os quais Castro dirigiu as conversações para o restabelecimento das relações com os Estados Unidos, sua defesa da unidade americana dentro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e sua contribuição “decisiva” para o sucesso do processo de paz na Colômbia.
(Exame) Foto: Reuters
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