O ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) determinou que a Polícia Federal apure um possível vazamento de informações de um inquérito no qual o presidente Michel Temer é investigado. A decisão ocorre a pedido do próprio presidente depois de a Folha de S.Paulo ter publicado nesta sexta-feira (27) reportagem que mostra que a PF quer dar continuidade a uma investigação contra ele por suspeita de crime de lavagem de dinheiro.
A violação do sigilo profissional pelos responsáveis pela condução dessa ou de qualquer outra investigação é conduta passível de sanção administrativo-disciplinar, cível e penal. Além disso, depõe contra o reconhecido profissionalismo das instituições investigadoras."No Estado democrático de Direito não é admissível comprometer o legítimo direito de defesa e a presunção de inocência de qualquer cidadão ou do senhor presidente da República", diz nota assinada por Jungmann."
"Reportagem publicada pela Folha mostra que a Polícia Federal pediu a prorrogação de um inquérito contra o presidente que apura lavagem de dinheiro. Ainda na manhã desta sexta, Temer fez um pronunciamento à imprensa em resposta à reportagem e disse ser vítima de perseguição criminosa disfarçada de investigação.
"Como que a imprensa consegue essas informações? Eu duvido que a imprensa entre de madrugada, seja na Polícia Federal, onde seja, para sorrateiramente ter acesso a esses dados. Alguém naturalmente vaza esses dados."
Temer disse ainda que as investigações têm como propósito um ataque moral e sugeriu que Jungmann, que controla a pasta à qual a PF é subordinada, pedisse a apuração do vazamento.O presidente é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) em um inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário.
A principal suspeita da PF é de que ele tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens. Marcela Temer, sua mulher, e o filho do casal são donos de alguns desses imóveis.
Na quinta (26), a PF enviou ao Supremo um pedido de prorrogação do prazo do inquérito, por mais 60 dias. Até agora, a investigação aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel João Baptista de Lima Filho, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014.
Nesta segunda fase, o objetivo dos investigadores é aprofundar a conexão entre os serviços prestados aos familiares de Temer e concluir a análise de material apreendido com alvos da operação Skala, deflagrada no fim de março. Com informações da Folhapress. (Folhapress) Foto: Adriano Machado/Reuters
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